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sexta-feira - 26 julho 2024 - 20:32

Mourão despista sobre ação contra Salles: ‘Segue o baile, aguardemos’

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, preferiu não polemizar ao ser perguntando sobre a operação da Polícia Federal, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, contra o titular da pasta do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

“É questão de investigação. Segue o baile. Vamos aguardar a apuração disso aí”, afirmou.

Questionado ainda sobre a possibilidade de exoneração ou afastamento do ministro devido ao desgaste das denúncias ao governo federal, Mourão disse que Salles conversou com o presidente Jair Bolsonaro, que deve ter considerado as razões do ministro. “Isso é decisão do presidente. Ministro conversou com o presidente. Presidente deve ter considerado as razões que ele apresentou e aguarda o desenrolar dessa investigação.”

Na manhã desta quarta-feira, a PF deflagrou uma operação, batizada de Akuanduba, que tem entre seus alvos endereços ligados a Salles. A investigação mira servidores acusados de facilitar a exportação ilegal de madeira e apura crimes contra a administração pública (corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e, especialmente, facilitação de contrabando) praticados por funcionários do governo e empresários do ramo madeireiro.

As apurações foram iniciadas em janeiro deste ano a partir de informações obtidas junto a autoridades estrangeiras que noticiaram desvio de conduta de servidores públicos brasileiros no processo de exportação.

Em abril, o chefe da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, encaminhou ao STF notícia-crime contra Ricardo Salles, por atrapalhar a investigação de madeireiros envolvidos na operação Handroanthus, que apreendeu 43.700 toras de madeira supostamente ilegal.

Em outras decisões divulgadas ontem, o ministro Alexandre de Moraes autorizou quebra de sigilos bancário e fiscal de Salles e a reabertura do inquérito sobre a fala do ministro a respeito do “passar a boiada”, em eventual flexibilização de normas de proteção ambiental, gravada em vídeo na reunião ministerial de 21 de abril de 2020.

No caso dessa última, a notícia-crime havia sido arquivada pelo próprio Moraes em outubro do ano passado. O motivo do desarquivamento e do pedido de conclusão do processo, que corre em sigilo, são as novas informações apuradas pela Polícia Federal no contexto da operação Akuanduba.

Na saída de um evento, ontem em Brasília, Salles considerou desnecessária a operação da Polícia Federal. “Essas medidas são desnecessárias, na medida em que o ministério e todos os funcionários poderiam ter ido, se chamados, à Polícia Federal”, afirmou.

O ministro disse que conversou com Bolsonaro sobre o caso e que explicou tratar-se de acusação “sem substância” que será resolvida com rapidez. Ele avaliou ainda que o ministro do STF foi induzido a crer que “teria havido uma ação concatenada de agentes do Ibama e de Ministério do Meio Ambiente para favorecer ou para fazer o destravamento indevido do que quer seja”. “Essas ações jamais, repito, jamais aconteceram”, disse Salles.

No conjunto de suas decisões, Moraes mandou afastar do cargo o presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim, e outros agentes públicos ocupantes de cargos e funções de confiança no órgão e no Ministério do Meio Ambiente.

Questionado a respeito de a denúncia ter partido dos Estados Unidos, o vice-presidente acredita que “governo não faz denúncia dessa maneira”. “Na realidade eu não sei qual é a origem efetiva dessa denúncia, se veio via alguma empresa norte-americana ou se veio via governo, acredito que não, governo não faz denuncia dessa maneira. É alguma empresa que tem negócios aqui no Brasil que apresentou algumas denúncias com irregularidades, que deve ser investigado se elas mesmas procedem”, disse Mourão.

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