Uniformes do Brasil nas Olimpíadas: Confederação de Atletismo se manifesta após queixas de atletas

Fernando Ferreira precisa de uniformes distintos para competir no decatlo Créditos: Wagner Carmo/CBAt

“Irei passar mais de 20 horas na pista de atletismo, dois dias de competição divididos em 4 etapas, e recebi como material uma regata, um macaquinho e um shorts”, reclamou atleta do decatlo

Após o atleta brasileiro Fernando Ferreira, do decatlo, ter usado suas as redes sociais para expor sua insatisfação com os uniformes que recebeu na Vila Olímpica em Paris, a Confederação Brasileira de Atletismo publicou, nesta segunda-feira (22), uma nota sobre o episódio.

No comunicado, a confederação afirma que está em “contato e resolvendo as questões pontuais referentes aos uniformes para os Jogos Olímpicos de Paris. A CBAt e a PUMA querem os atletas focados em suas performances e, para isso, vêm dando todo o suporte necessário”.

“Eventuais ajustes no número de peças que compõem o enxoval de competição sempre são resolvidos em contato direto com a CBAt, lembrando que os atletas têm comunicação aberta com os representantes da CBAt.”

A manifestação da entidade vem após Ferreira ter publicado uma postagem ao receber o kit de uniformes. “Vocês não têm ideia do quanto foi broxante receber o material da seleção. Sempre achei que nas Olimpíadas receberíamos uma mala de materiais, com tênis, roupas e sapatilhas, mas parece que não é bem assim para nós.”

Competição do atletismo que conta com dez provas diferentes, o decatlo exige uniformes e sapatilhas distintos para ser completado, mas Ferreira, também conhecido como Balotelli, recebeu apenas três jogos de uniformes.

“Irei passar mais de 20 horas na pista de atletismo, dois dias de competição divididos em 4 etapas, e recebi como material uma regata, um macaquinho e um shorts. Assim que acabarem as provas no primeiro dia tenho que correr para a vila para lavar o material, ou vou competir sujo”, disse.

Repercussão e polêmica dos uniformes

Em entrevista ao GE, Fernando Ferreira se disse surpreendido com a repercussão do caso.

“Não esperava essa repercussão toda, até porque não era essa a intenção. Eu acabei fazendo um desabafo e tomou toda essa repercussão. Mas foi bom porque foi um aviso pra provar para a confederação que os atletas também têm boca para falar e voz. Hoje temos o recurso da internet que é muito importante”, afirmou Balotelli.

O atleta afirmou não ter sido a primeira vez que enfrenta problemas com uniformes. “Espero que depois dessa, é a segunda que acontece esse ano, não aconteça mais. Aconteceu com a Izabela e agora comigo e teve uma repercussão bem maior.”

Finalista olímpica em Tóquio 2020 no lançamento do disco, Izabela da Silva também teve problemas com uniformes para os Jogos de Paris. No sábado (20), ao buscar o kit, não recebeu peças femininas porque a Puma, fornecedora de material esportivo da entidade, não tinha roupas do seu tamanho.

Em nota conjunta, a confederação e a empresa responderam que a fornecedora desenvolve “uniformes que atendem a corpos diversos, e especificamente em vestuário, do PP ao 4GG” e dizem ter entrado em contato com a atleta para resolver a situação.

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