A estatal chinesa Cofco International, um dos principais nomes do setor alimentício global, anunciou um investimento de R$ 1,2 bilhão na compra de 979 vagões e 23 locomotivas para fortalecer sua operação logística no Brasil. A informação foi divulgada pelo Globo Rural nesta segunda-feira (27).
O objetivo do investimento é otimizar o transporte ferroviário de grãos e açúcar até o Porto de Santos, maior terminal portuário da América Latina, em parceria com a operadora ferroviária brasileira Rumo. A previsão é de que a capacidade de exportação das duas empresas seja ampliada em mais de 200% até 2026, transformando o cenário da logística no agronegócio brasileiro.
Segundo Fabrício Degani, diretor de logística da divisão de grãos e oleaginosas da Cofco International no Brasil, a iniciativa é um marco para o setor. “A parceria entre as empresas representa um marco importante para a logística nacional, com potencial redução significativa de caminhões nas estradas, aliviando o tráfego e reduzindo o impacto ambiental”, destacou Degani.
Além do impacto ambiental positivo, o projeto prevê a criação de 480 empregos diretos durante o processo de implementação. Quando concluído, o sistema será capaz de transportar até 14,5 milhões de toneladas de produtos agrícolas por ano, incluindo soja, milho e açúcar, o que representa um salto significativo na competitividade do agronegócio nacional no mercado internacional.
A estratégia da Cofco reflete o aumento do interesse chinês no Brasil, não apenas como fornecedor de commodities, mas como um parceiro logístico. Ao investir na infraestrutura ferroviária, a empresa também busca superar os gargalos que historicamente prejudicam o escoamento da safra brasileira, sobretudo durante os períodos de pico.
A parceria com a Rumo potencializa ainda mais o projeto. A operadora ferroviária é responsável por grandes corredores logísticos que conectam importantes regiões produtoras do Centro-Oeste ao litoral, como o trecho entre Rondonópolis (MT) e o Porto de Santos (SP). Com o aporte da Cofco, a expectativa é que o transporte ferroviário ganhe eficiência, reduzindo custos operacionais e emissões de gases de efeito estufa.
O investimento se alinha à tendência global de migração para modais de transporte mais sustentáveis. Enquanto o transporte rodoviário domina a logística agrícola no Brasil, iniciativas como essa reforçam o papel estratégico das ferrovias na modernização da infraestrutura nacional.
Com a conclusão prevista para 2026, o impacto econômico e ambiental da parceria deve repercutir amplamente no agronegócio brasileiro e consolidar o protagonismo da China no desenvolvimento do setor.