Dom Morelli questiona ida de Bolsonaro a Aparecida e diz que ele renegou Igreja Católica

Segundo o bispo, na Católica é proibido batizar pessoa que passou pelo mesmo processo em outra Igreja Cristã; presidente foi batizado nas águas do Rio Jordão, em 2016, por Pastor Everaldo, que depois viria a ser preso por corrupção

Dom Mauro Morelli, bispo emérito da Diocese de Duque de Caxias (RJ), criticou a participação do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) no Santuário de Aparecida nesta terça-feira, 12. Segundo ele, Bolsonaro renegou o batismo recebido na Igreja Católica, já que foi batizado nas águas do Rio Jordão, em Israel, em 2016, pelo presidente do PSC Pastor Everaldo (que depois viria a ser preso por corrupção).

Bolsonaro também tem uma esposa evangélica, Michelle, com quem casou em 2013 sob a bênção do pastor Silas Malafaia, e ao menos dois filhos que se declaram assim, o senador Flávio e o deputado Eduardo. Apesar disso, nunca deixou de se reconhecer como católico.

“Muita gente perplexa e abismada com a participação plena do presidente na Basílica de Aparecida, como se fosse católico em comunhão com a Igreja?! É público que foi batizado no Rio Jordão por um pastor, renegando o batismo recebido na Igreja Católica. Não preciso ir além…”, escreveu Dom Morelli que, crítico a Bolsonaro, completou: “Sem precisar mencionar sua vida familiar e seu governo”.

O bispo recordou, ainda, que na Igreja Católica é proibido batizar pessoa que passou pelo mesmo processo em Igreja Cristã. “Caso queira entrar em comunhão com a Igreja, na acolhida é feita a profissão de Fé”, escreveu. Durante a participação na missa realizada no Santuário, Bolsonaro ficou a maior parte do tempo de máscara, item que dispensa em diversas igrejas evangélicas que visita.

Sua relação com os bispos católicos não é das melhores. Mais do que alvo de críticas de Dom Morelli, Bolsonaro é repetidamente cobrado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Horas antes da chegada dele em Aparecida, o arcebispo local, Dom Orlando Brandes, fez uma pregação cheia de indiretas ao mandatário.

Mesmo que não tenha citado o nome do presidente em nenhum momento, ele afirmou que para ‘ser pátria amada não pode ser pátria armada’ e criticou as fake news. “Para ser pátria amada seja uma pátria sem ódio. Para ser pátria amada, uma república sem mentira e sem fake news. Pátria amada sem corrupção. E pátria amada com fraternidade”, disse.

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