Recentemente, ao entrar na base de armazéns frigoríficos da Vila Wuyoufang, no município de Xiaoliu, distrito de Mudan, a primeira impressão é de movimento intenso: no pátio iluminado, caminhões formam uma longa fila enquanto os moradores carregam caixas de inhame recém-colhido de outras regiões para os armazéns de temperatura constante. É difícil imaginar que, apenas cinco anos atrás, essa mesma aldeia ainda lutava para escoar a produção.Conhecida no sudoeste de Shandong como uma aldeia especializada no cultivo de inhame, Wuyoufang tem cerca de 2.000 habitantes, dos quais mais de 1.700 trabalham em atividades ligadas ao plantio, armazenamento e comercialização do tubérculo. No passado, porém, havia menos de dez armazéns frigoríficos; assim que o inhame chegava ao mercado em grande quantidade, era preciso vender às pressas para evitar perdas por deterioração. “Se não armazenássemos direito, o produto estragava”, recorda Wu Quanmin, secretário do Comitê do Partido da aldeia. Ele explica que o custo por mu gira em torno de 4.000 a 5.000 yuans, com rendimento de cerca de 2.500 quilos por mu. Desse volume, 20% são reservados como sementes, 10% vão para a indústria de medicina tradicional chinesa por serem raízes defeituosas, e o restante é vendido para mercados atacadistas e empresas de alimentos em todo o país.
Nos períodos de colheita concentrada, os canais tradicionais não conseguiam absorver toda a oferta, derrubando os preços. Wu Quanmin percebeu que a saída era vender fora da safra, ganhando poder de barganha na definição do preço. A partir de 2020, o Comitê do Partido da Vila Wuyoufang liderou uma ampla reestruturação: demoliu mais de 30 construções condenadas, recuperou 21 trechos de muros danificados, reincorporou 27 mu de terras coletivas e, sobre essa base, construiu 136 armazéns frigoríficos, com capacidade total superior a 500 mil toneladas.
Com a nova infraestrutura, a aldeia deu um passo adiante e criou a Cooperativa de Cultivo de Inhame Juyang, adotando venda, gestão e armazenamento unificados. Membros do Partido passaram a liderar a expansão das áreas de plantio em outras províncias. “Arrendamos cerca de 30 mil mu em lugares como Shanxi, Ningxia e Xinjiang”, conta Wu Jianguo, de 50 anos, grande produtor de inhame de Wuyoufang. Ele próprio arrendou 300 mu na Região Autônoma Hui de Ningxia, tornando-se um dos líderes que levam dezenas de moradores a empreender fora da terra natal.
Em apenas cinco anos, 98 famílias construíram seus próprios armazéns frigoríficos, e a renda anual média por família aumentou em cerca de 80 mil yuans. A receita coletiva da aldeia saltou de menos de 50 mil para 300 mil yuans por ano. Hoje, o volume anual de comercialização de inhame em Wuyoufang chega a 30 mil toneladas, elevando a renda de mais de 400 famílias em sete vilarejos vizinhos em mais de 30 mil yuans por ano. Paralelamente, a aldeia registrou a marca “Inhame Juyang de Caozhou”, cujos produtos agora são vendidos em todo o país e exportados para mercados como Japão, Austrália e Estados Unidos.
Quando a noite cai, as luzes dos armazéns continuam acesas. Wu Jianguo se prepara para voltar a Ningxia e ampliar seus campos, enquanto Wu Quanmin recebe mais um grupo de compradores. Observando esta aldeia cheia de vitalidade, fica claro que os cinco anos de transformação não apenas mudaram o destino da Vila Wuyoufang: eles também apontam um novo caminho de desenvolvimento industrial e revitalização rural para inúmeras comunidades agrícolas da China.













