Últimos avanços do projeto PPP das linhas 11, 12 e 13 do metrô de São Paulo e a participação da CRRC

Gigante chinesa CRRC desponta como favorita em nova concessão bilionária da CPTM

(Foto: Reprodução/ Governo de São Paulo)

Contexto e atualizações oficiais

O governo do Estado de São Paulo está promovendo uma nova parceria público-privada (PPP) para concessão das linhas 11 (Coral), 12 (Safira) e 13 (Jade) da CPTM. Chamado de “Lote Alto Tietê”, o edital foi lançado oficialmente em 3 de dezembro de 2024.

O contrato terá duração de 25 anos e prevê investimentos entre R$ 13,9 bilhões e R$ 14,3 bilhões por parte do consórcio vencedor para modernizar e expandir a infraestrutura. O projeto inclui:

  • Construção de 10 novas estações (8 pelas empresas e 2 pelo Metrô);
  • Reforma ou reconstrução de 7 estações atuais;
  • Modernização completa das demais;
  • Expansão de 22,6 km de trilhos.

Entre as melhorias, a linha 11 será estendida até Palmeiras-Barra Funda no centro e até Cezar de Sousa na periferia. A linha 12 vai de Calmon Viana até Suzano, e a linha 13 se expandirá até o bairro Gabriela Mistral (SP) e a região de Bonsucesso (Guarulhos).

O governo prevê que o projeto beneficiará cerca de 4,6 milhões de moradores do lado leste da capital e de cidades vizinhas. Após a modernização, a expectativa é de que a demanda diária chegue a 1,3 milhão de passageiros até 2040–2050.

Cronograma:

  • Entrega das propostas: até 25 de março de 2025
  • Abertura dos envelopes: 28 de março na B3 (bolsa de valores de SP)
  • Critério: o vencedor será quem oferecer o menor valor de subsídio anual pago pelo governo.

O Estado também anunciou que bancará cerca de 70% dos investimentos em obras — R$ 9,2 bilhões — para tornar o projeto mais atrativo ao setor privado.

Concorrentes e consórcios interessados

Três grupos principais demonstraram interesse na concorrência:

  1. Grupo CCR: Operadora de metrôs e trens no Brasil (linhas 4, 5, 8 e 9). Tem ampla experiência, mas está avaliando riscos e retorno financeiro. Até meados de março, ainda não confirmou participação.
  2. Consórcio Comporte + CRRC (China): Parceria entre o grupo brasileiro Comporte (do setor de transporte) e a gigante chinesa CRRC. Já venceram juntos a licitação do trem entre São Paulo e Campinas (2024), operam VLT e metrôs em outros estados e têm histórico com fornecimento de trens para a CPTM. Estão fortemente preparados para a disputa.
  3. Consórcio Transdev + Perfin: Composto pela francesa Transdev (operadora global de transportes), a gestora Perfin e construtoras brasileiras. É um novo competidor internacional no setor ferroviário urbano do Brasil.

Pontos fortes do consórcio CRRC + Comporte

  • Experiência conjunta: Já venceram o projeto do trem São Paulo–Campinas mesmo sem concorrência. Aceitaram subsídio simbólico (0,01%) para firmar presença no mercado paulista.
  • Força financeira e tecnológica: A CRRC tem apoio de bancos chineses e pode operar com margens menores. Comporte conhece bem o mercado brasileiro e facilita o relacionamento local.
  • Histórico técnico: A CRRC já forneceu trens à linha 13 da CPTM e domina tecnologia ferroviária. Comporte opera metrôs em outras capitais.
  • Apoio político: O governador Tarcísio de Freitas tem postura aberta a investimentos estrangeiros. O modelo de parceria local-estrangeira é bem-visto.

Análises sobre as chances de vitória da CRRC

Especialistas apontam que:

  • Se houver disputa real com CCR e Transdev, será equilibrado.
  • Se a CCR desistir, a CRRC se torna favorita.
  • O investimento público elevado (70%) reduz os riscos para os concorrentes.
  • A CRRC tem vantagem em tecnologia e custos operacionais.
  • A CRRC pode oferecer melhores condições financeiras, com apoio estatal chinês.
  • A Transdev, apesar da experiência global, tem menos presença no Brasil e dependeria de parceiros locais para executar o projeto.

Conclusão

A parceria CRRC–Comporte é considerada favorita no processo. Se a CCR não entrar na disputa ou se mantiver cautelosa, as chances da CRRC aumentam muito. Ainda assim, tudo depende das propostas no dia da abertura dos envelopes (28 de março).

O projeto será uma referência importante sobre a presença da China no setor ferroviário brasileiro.

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