A atual fase emergencial, prevista para durar até o próximo dia (11), não deverá ser renovada e o Estado passará para a fase vermelha, que ainda prevê restrições (venda presencial continua limitada ao take away, sem consumo no local) por mais duas semanas. Depois disso, a projeção é voltar para a fase laranja – em que já é possível abrir lojas e restaurantes.
A expectativa positiva é resultado do acompanhamento diário feito pelo Centro de Contingência do Coronavírus no total de novas internações. Embora o Estado ainda esteja no momento mais letal da crise, o ritmo das novas internações está em queda desde o dia (19), o que significa que a pressão por leitos, que já fez com que pacientes morressem porque não conseguiram atendimento em uma UTI, deve diminuir.
Ontem, um gráfico com a taxa de aumento diário de internados com covid em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) que circulou entre secretários da gestão João Doria PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) era a justificativa para o otimismo. A média móvel (média dos últimos sete dias) vinha crescendo mais de 1% ao dia desde 20 de fevereiro e se estabilizou ao redor de 3,5% a partir de 3 de março.
Politicamente, o dado é tido como vitorioso, porque mostra que o isolamento – criticado por opositores do governo João Doria PSDB, incluindo o presidente Jair Bolsonaro – foi eficaz em conter alta de internações. A informação deverá ser usada para rebater as críticas às ações. A redução de ritmo começou exatamente duas semanas depois do início da fase vermelha, exatamente como os técnicos projetaram em entrevistas.
A decisão de olhar apenas para o número de internações, ignorando novos casos e óbitos, se deu por avaliação de que os óbitos retratam momento anterior do desenvolvimento da doença, com o desfecho de internações que ocorreram semanas atrás. Há também uma análise de que houve desorganização no acompanhamento dos resultados de testes para detecção de novo casos, não servindo como modo mais ideal de acompanhar a evolução da epidemia.