Exportadores de carne comemoram abertura do mercado vietnamita pelo governo Lula

Segundo estimativas da ABIEC, o Vietnã tem potencial para importar cerca de 300 mil toneladas do produto por ano

(Foto: Ricardo Ricardo Stuckert/PR)

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) comemorou a reabertura do mercado do Vietnã para as carnes brasileiras anunciada pelo presidente Lula (PT) em visita ao país asiático nesta sexta-feira (28). Lula se reuniu com o primeiro-ministro vietnamita, Pham Minh Chinh, e disse que a entrada do produto brasileiro no país é “muito importante”, já que estava sendo negociada há mais de 20 anos. As informações são do g1.

O presidente da ABIEC, Roberto Perosa, afirmou que o Vietnã tem potencial para importar cerca de 300 mil toneladas do produto por ano. “O Vietnã pode se tornar um grande hub para a Ásia e o sudeste asiático”, disse. 

“Com essa conquista, o produtor e a indústria brasileira da carne bovina ganham mais uma importante oportunidade de diversificação de mercados, ampliando o envio de seus produtos ao exterior, sem comprometer o abastecimento interno”, afirmou. Perosa completou destacando que o momento é “muito positivo” para a indústria de carne bovina, que vende para mais de 150 países.

Saiba mais – Durante visita de Estado ao Vietnã nesta sexta-feira (28), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, com entusiasmo, a abertura do mercado vietnamita à carne bovina brasileira. Em vídeo publicado nas redes sociais, Lula classificou a decisão como “uma notícia extraordinária” e comemorou o desfecho de mais de duas décadas de negociações infrutíferas. “Depois de muitos anos de tentativa, o primeiro-ministro anunciou que finalmente vai comprar a carne brasileira para o mercado do Vietnã”, afirmou o presidente.

A celebração do mandatário brasileiro ocorre após uma reunião com o primeiro-ministro vietnamita, Phạm Minh Chính, e integra uma agenda bilateral estratégica que visa estreitar os laços comerciais e diplomáticos entre os dois países. Segundo Lula, a presença dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi fundamental para sensibilizar os anfitriões vietnamitas. “Acho que o que causou essa aceitação foi a presença do presidente do Senado e do presidente da Câmara, que mostrou a força da amizade que nós queremos ter com o Vietnã”, destacou.

A visita de Lula ao país asiático consolida a Parceria Estratégica Brasil-Vietnã, formalizada em novembro de 2024 e agora fortalecida com a adoção de um plano de ação bilateral para o período de 2025 a 2030. A iniciativa contempla não apenas o comércio de carnes, mas também cooperação em áreas como ciência, tecnologia, educação e meio ambiente.

O Vietnã já figura como um dos principais parceiros comerciais do Brasil na Ásia, com um fluxo bilateral próximo de US$ 8 bilhões — superando em exportações brasileiras países tradicionais como Portugal, Reino Unido e França. A abertura do mercado de carne bovina tende a impulsionar ainda mais esse volume e a fomentar o investimento de empresas brasileiras do setor de proteína animal na região.

Além da carne, Lula ressaltou o potencial de exportação de produtos de valor agregado, como as aeronaves da Embraer. Segundo o presidente, a Vietnam Airlines está analisando uma proposta para adquirir jatos da família E-Jets, modelos ideais para voos regionais. “Estamos ainda tentando vender os aviões da Embraer, porque é um avião extremamente importante para a necessidade regional do Vietnã”, explicou Lula.

A estratégia do governo brasileiro é transformar o Vietnã em uma plataforma logística e comercial para o Sudeste Asiático, servindo de base para a entrada de produtos brasileiros em mercados vizinhos, como Indonésia, Tailândia e Malásia.

Durante a visita, Lula também sinalizou o interesse do Brasil em reconhecer o Vietnã como economia de mercado, o que representaria um passo relevante no estreitamento das relações bilaterais. Tal reconhecimento poderia abrir caminho para novos acordos comerciais e redução de barreiras tarifárias, beneficiando diretamente os setores produtivos de ambos os países.

Em tom otimista, Lula encerrou sua fala destacando os avanços da missão diplomática: “Foi uma viagem extraordinária. Vamos embora amanhã, mas volto feliz para o Brasil, porque o Brasil estava há mais de 20 anos tentando vender carne aqui e não conseguia”.

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