O presidente chinês, Xi Jinping, assinou uma diretiva para o emprego do Exército de Libertação Popular (PLA, na sigla em inglês) em operações militares que se distinguem de guerras propriamente ditas. “Regula principalmente sistematicamente princípios básicos, organização e comando, tipos de operações, apoio operacional e trabalho político, e sua implementação pelas tropas”, informou a agência de notícias Xinhua na segunda-feira, 13. “Fornece uma base legal para operações militares sem guerra”, disse a agência. A medida entra em vigor nesta quarta-feira, 15.
Entre os objetivos da diretiva, estão “manter a soberania nacional… a estabilidade regional e regular a organização e implementação de operações militares não relacionadas à guerra”, como socorro em desastres, ajuda humanitária, escolta e manutenção da paz, além de salvaguardar a segurança e os interesses de desenvolvimento da China.
“As tropas chinesas podem evitar que os efeitos colaterais das instabilidades regionais afetem a China, garantir rotas vitais de transporte para materiais estratégicos como petróleo ou salvaguardar os investimentos, projetos e pessoal da China no exterior”, acrescenta o relatório do Global Times.
A mídia ocidental divulgou amplamente que a diretiva de Xi Jinping seria preparatória para uma intervenção chinesa em Taiwan, que é parte integral da China. No entanto, Blake Herzinger, especialista em política de defesa do Indo-Pacífico, disse estar inclinado a pensar na diretiva como um amadurecimento do Exército de Libertação Popular, em vez de algo “particularmente ameaçador”.
“Criar a base política para uma participação mais robusta do PLA na política externa da China pode ter influência nas novas bases que alguns indicaram (Camboja, Salomão, etc), mas o PLA já tem presença permanente no exterior em um acordo de base”, disse ele no Twitter. “Estou mais inclinado a pensar nisso em termos de operações de estabilidade ou outras atividades associadas a investimentos e cidadãos chineses no Paquistão e em outros lugares”.