O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira (19) que a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, em Belém, será uma oportunidade para que o mundo conheça de perto a realidade amazônica. O evento acontecerá em 2025.
“As pessoas tanto falam da Amazônia no mundo inteiro, agora vão falar da Amazônia dentro da Amazônia. Vão conhecer o Rio Amazonas, o Rio Tapajós, vão conhecer nossas florestas, vão conhecer como vivem os povos indígenas e ribeirinhos, para aí começarem a discutir com base na realidade”, disse, na segunda edição da live “Conversa com o Presidente”, promovida pela comunicação do governo.
O presidente destacou que o governo federal já está trabalhando em parceria com o governo paraense e a prefeitura de Belém para preparar a cidade para o evento. Dezenas de milhares de visitantes devem passar pela cidade, que receberá reforços na rede hoteleira e em infraestrutura aeroportuária.
A questão ambiental foi o principal tema da conversa do presidente com o jornalista Marcos Uchôa nesta segunda. Lula enviou ministros ao Rio Grande do Sul e Santa Catarina, atingidos por um ciclone que já causou pelo menos 13 mortes. Além de prestar solidariedade às vítimas, ele disse que é importante que os governos façam uma reflexão sobre a frequência com que esses tipos de desastres vêm acontecendo.
“Isso é um aviso à humanidade e aos governantes: nós estamos ferindo o planeta. Se a gente não tomar cuidado, se a gente não cuidar da nossa água, de nossas florestas, se a gente não evitar emissões de gases do efeito estufa, se a gente não cuidar do ar que nós repiramos, estamos nos condenando ao fim”, alertou.
A ideia é que a live de Lula aconteça sempre às terças, mas nesta semana o programa foi antecipado devido à viagem do presidente à Europa. Ele desembarca na Itália, onde terá reuniões com líderes políticos do país e com o papa Francisco, em Roma.
“Ele [o papa] foi muito solidário a mim em todos meus processos. Eu telefonei para ele, falei com ele que gostaria de ir a Roma fazer uma visita de agradecimento por tudo que ele fez por mim quando eu estava [preso] na Polícia Federal”, disse. Entre os assuntos que serão discutidos com o líder católico está também a guerra entre Ucrânia e Rússia. Lula afirmou que o papa está “muito interessado” na promoção da paz.
A viagem vai contar também com uma passagem pela França, onde Lula vai se encontrar com o presidente do país, Emmanuel Macron, e discursar no festival de música “Power Our Planet: Live in Paris”, a convite da banda Coldplay. O evento, beneficente, tem como objetivo o combate à extrema pobreza.
“Reunião extraordiária”
Lula aproveitou a live para comentar a última reunião ministerial, que parte da imprensa criticou por ter considerado “longa demais”. Ele esteve reunido com o primeiro escalão de seu governo por cerca de nove horas.
“A reunião para mim foi extraordinária, excepcional. A primeira reunião que teve aplausos no final da reunião, porque todo mundo saiu satisfeito”, contou. “A gente deu uma harmonizada na equipe do governo. Muitas vezes a gente não se reúne, cada um começa a falar uma coisa, a responder uma fofoca de jornal. É importante harmonizar a linguagem do governo em torno de um objetivo único que é fazer o Brasil dar certo”, concluiu.