Jake Sullivan, segundo o comunicado da Casa Branca, virá com Tarun Chhabra e Amit Mital, diretores sêniores de tecnologia e cibernética no Conselho de Segurança Nacional de Joe Biden.
Na agenda, “oportunidades para fortalecer a parceria estratégica EUA-Brasil”, inclusive “colaborar na infraestrutura digital”.
A prioridade é obter o veto do governo à chinesa Huawei na rede 5G, indica O Globo. Segundo o site Tele.Síntese, a Anatel está fazendo “ajustes” no edital do leilão, que deve ocorrer em dois meses.
Sobre as visitas de Jake Sullivan (Segurança Nacional) e William Burns (CIA), o vice-presidente da organização Americas Society/Council of the Americas, agora também analista na Cultura, Brian Winter, tuitou:
“O governo Biden pode não amar Bolsonaro, mas vê o Brasil como peça-chave no crescente confronto global com a China. Grande parte da América Latina está em crise e/ou se voltando contra Washington. O Brasil ainda é um aliado importante dos EUA. E ainda é ‘grande’.”
Diz que renasce em Washington, em relação à América Latina, o realismo da Guerra Fria de “ignorar o comportamento antidemocrático de aliados se eles ajudarem os EUA”, agora contra a China.
Também Winter aponta a prioridade para 5G nas duas visitas e diz que “Amazônia está na agenda, mas relação bilateral é muito mais ampla”.
Paralelamente à notícia da visita de Sullivan a Bolsonaro, Reuters e outros reportaram que o enviado da Casa Branca para o clima, John Kerry, fez uma reunião virtual com sete governadores.
Eles representaram os 23 da aliança Governadores pelo Clima, que havia mandado carta ao governo americano e “também está buscando reuniões com China, União Europeia e outras”.
Prossegue a cobertura das ameaças do presidente brasileiro à democracia, com o espanhol El País, entre outros, destacando que “Bolsonaro agita o fantasma da fraude nas próximas eleições”.
Já a americana Associated Press noticia que a Justiça adotou medidas contra o presidente por questionar as eleições sem provas, mas sublinha nota da consultoria Eurasia, dizendo não haver risco de “os militares apoiarem Bolsonaro no desafio aos resultados” em 2022.