Pequim anunciou nesta terça-feira (19) a assinatura de um acordo de segurança com as Ilhas Salomão em meio a serias preocupações expressas pelos EUA e aliados, mas a nação insular garantiu outros países do Pacífico que o pacto não prejudicaria a dinâmica de segurança regional.
O coordenador do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Kurt Campbell, e outros altos funcionários convocaram uma reunião em Honolulu, no Havaí, com o comando naval e altos funcionários de Austrália, Japão e Nova Zelândia sobre os desenvolvimentos nas ilhas do Pacífico.
“Faremos isso [engajamento] em parceria cada vez mais estreita com as nações insulares do Pacífico, inclusive através de um Fórum das Ilhas do Pacífico unidas; e em conjunto com países afins, dentro e fora da região, incluindo na Europa”, lê-se em uma declaração emitida na terça-feira (19) pela Casa Branca.
Enquanto isso, o primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, defendeu o acordo de segurança, dizendo que era necessário preencher a “lacuna de segurança crítica” no sistema policial e garantiu aos países do Pacífico que o pacto não incluiria construção de uma base militar.
“Entramos em um acordo com a China com os olhos bem abertos, guiados pelos nossos interesses nacionais […]. Isso [pacto] tanto complementa como apoia os acordos regionais de manutenção da paz regionais e bilaterais no que diz respeito às preocupações dos parceiros de segurança em que confiamos coletivamente para manter a paz e a estabilidade na região”, disse Sogavare em seu discurso ao parlamento.
Sogavare também tomou decisão de enviar o ministro das Relações Exteriores salomonense para afiançar as nações vizinhas sobre o cumprimento do pacto.
No entanto, o premiê australiano Scott Morrison discordou com a justificação e disse que o pacto destaca a “incrível pressão sobre as nações do Pacífico que vem da China, [nação] que busca minar a segurança da região”.
Em setembro de 2021, EUA, Reino Unido e Austrália estabeleceram a aliança trilateral AUKUS, anunciando que Washington e Londres ajudariam Camberra a construir submarinos de propulsão nuclear.
Na época, a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês) se opôs à AUKUS dizendo que ela mina a aliança do Sudeste Asiático e representa uma ameaça de maior militarização da região.