O fluxo de investimentos chineses no Brasil disparou em 2024. Segundo levantamento recente, empresas da China aportaram R$ 21 bilhões no país, alta de 113% em relação ao ano anterior. O salto levou o Brasil ao 3º lugar entre os principais destinos globais do capital chinês, atrás apenas do Reino Unido e da Hungria.
Tradicionalmente concentrados em petróleo, mineração e energia elétrica, os aportes chineses ganharam novos contornos. Nos últimos meses, grandes grupos ampliaram presença em setores de mobilidade elétrica, logística e serviços digitais. O movimento acompanha a diversificação da economia brasileira e as oportunidades abertas pela transição energética e pelo avanço da digitalização.
Autoridades brasileiras avaliam que os investimentos são estratégicos para gerar emprego, aumentar a competitividade industrial e modernizar a infraestrutura. Mas especialistas também alertam para a necessidade de exigir contrapartidas que reforcem a cadeia de fornecedores locais, evitando que os projetos fiquem excessivamente dependentes de insumos importados.
Na prática, a intensificação da presença chinesa confirma a relevância do Brasil como parceiro privilegiado na América Latina. Além de representar acesso a um mercado de 200 milhões de consumidores, o país também desponta como plataforma de exportação para vizinhos da região. Para a China, o movimento é parte da estratégia de reduzir a exposição a tensões comerciais com os Estados Unidos e reforçar laços com economias emergentes.
Com novos projetos em análise, o Brasil tende a permanecer no radar das multinacionais chinesas. O desafio será equilibrar a atração de capital estrangeiro com políticas que garantam inovação, empregos qualificados e maior integração produtiva no território nacional.