O produto interno bruto (PIB) per capita da China deve dobrar na próxima década. Isso significa que quase meio bilhão de chineses deve ascender à classe média e possivelmente aumentar seus gastos com automóveis, telefones celulares, serviços financeiros, educação e saúde. É o que mostra um estudo do banco J.P. Morgan.
De acordo com o levantamento, é provável que, em 2030, 72% da população chinesa façam parte da classe média. Já no Brasil, a expectativa é que esse número chegue a 61%, enquanto, no México, deve subir para 79%.
A jornada de um país emergente de renda média para renda alta é tortuosa — e por isso a China tem um plano. “Eles planejam mudar os motores de crescimento da economia. De exportações à demanda interna, do investimento ao consumo, da indústria manufatureira aos serviços, do baixo valor agregado à inovação tecnológica de alto valor”, diz Gabriela Santos, estrategista de Mercados Globais, do J.P. Morgan, no relatório.
Com isso, a estimativa é que o PIB da China salte de cerca de US$ 15 trilhões em 2020 para algo em torno de US$ 27 trilhões, ultrapassando assim os Estados Unidos na liderança da economia global. Não é que o país de Joe Biden deixará de crescer: é que o crescimento chinês é muito mais rápido. Tanto é que, em 2028, o país de Xi Jinping deve alcançar a cifra de US$ 35 trilhões.
Enquanto os Estados Unidos devem avançar de cerca de US$ 22 trilhões em 2020 para pouco mais de US$ 30 trilhões em 2028.
“A China foi a única a ter uma recuperação em formato ‘V’ bem-sucedida no mundo em 2020, durante a pandemia do novo coronavírus, enquanto os Estados Unidos tiveram um padrão de crescimento mais incerto”, explica.