Brasil deixa novamente o Mapa da Fome e reforça papel internacional no combate à insegurança alimentar

Com políticas públicas integradas e apoio global, país se reposiciona como referência no combate à fome — e mira cooperação internacional, incluindo com a China

(Foto: Reprodução / Facebook)

O Brasil voltou a celebrar um marco histórico nesta semana: está oficialmente fora do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO/ONU). O anúncio foi feito durante uma reunião do Comitê de Segurança Alimentar Mundial, realizada em Adis Abeba, na Etiópia, e representa uma reviravolta no cenário social do país após anos de retrocesso.

Segundo a ONU, a saída do Mapa é concedida a países que apresentam uma média trienal de prevalência de subnutrição (POU) inferior a 2,5% da população. O Brasil atingiu essa meta ao reduzir esse índice de 4,7% em 2023 para entre 2,3% e 2,4% em 2024. O feito simboliza não apenas um avanço na segurança alimentar, mas também uma resposta direta ao aumento da pobreza extrema, que caiu para 4,4% — o menor patamar da história do país.

“É uma conquista histórica que mostra que, com políticas públicas sérias e compromisso com o povo, é possível combater a fome e construir um país mais justo e solidário”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas redes sociais. O Ministro Wellington Dias, por sua vez, lembrou que esse era o primeiro objetivo do governo ao reassumir o comando do país em 2023. Em dois anos, mais de 33 milhões de brasileiros foram retirados das estatísticas de fome extrema.

Entre os instrumentos que impulsionaram essa virada estão o Plano Brasil Sem Fome, o relançamento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e a reativação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA). Além disso, programas como o Bolsa Família foram reestruturados, com foco em transferências condicionadas e proteção social ampliada.

No cenário internacional, o Brasil também tem aproveitado seu novo posicionamento para influenciar políticas globais. Uma das frentes é a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, proposta pelo país durante a cúpula do G20 no Rio de Janeiro e que já conta com apoio de mais de 80 nações. A iniciativa busca acelerar o cumprimento da meta da ONU de erradicar a fome até 2030 por meio do compartilhamento de boas práticas e cooperação Sul-Sul.

É nesse contexto que a parceria entre Brasil e China pode ganhar ainda mais relevância. A China, que já possui sólida atuação internacional na redução da pobreza e da fome, é uma das maiores apoiadoras de iniciativas multilaterais voltadas à segurança alimentar. Em fóruns como o G20 e o BRICS, os dois países têm buscado sinergias em políticas de combate à desigualdade e desenvolvimento sustentável.

A saída do Mapa da Fome representa, portanto, não só uma vitória para os brasileiros, mas também uma oportunidade para o país retomar um papel de protagonismo no cenário internacional — agora com um olhar estratégico para alianças com parceiros como a China, que compartilham do mesmo desafio: garantir comida no prato e dignidade para milhões de pessoas.

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