Uma pequena cidade chinesa na fronteira com Mianmar começou a usar câmeras de reconhecimento facial para monitorar os movimentos dos moradores para tentar impedir surtos de covid-19.
As câmeras de vigilância já são onipresentes nos espaços públicos da China, onde as metrópoles são, em geral, seguras, e os atos de violência contra as pessoas são raros.
Novas tecnologias também são utilizadas na luta contra o coronavírus, com o lançamento, desde o início de 2020, de aplicativos móveis para rastreamento dos deslocamentos.
As autoridades nunca haviam informado oficialmente, porém, o uso de câmeras de reconhecimento facial para monitorar os movimentos e o estado de saúde das pessoas, quando entram, ou saem, de certas áreas de uma cidade.
É o que está acontecendo em Ruili, localidade próxima da fronteira com Mianmar, onde foram detectados 115 casos de coronavírus em dez dias – alguns deles da variante Delta. Entre os casos de contágio, há muitos birmaneses, apesar do teórico fechamento das fronteiras.
Com o novo dispositivo, quem quiser entrar ou sair de uma área residencial, supermercado ou qualquer outra área muito frequentada de Ruili, terá seu rosto escaneado por uma câmera, disseram as autoridades.
Os dados estão associados a um código QR único que permitirá vigiar, automaticamente, os deslocamentos de uma pessoa.
O uso dessa tecnologia e a onipresença da vigilância na China geram críticas de grupos de direitos humanos que consideram que ela invade a vida privada da população.
Nesta terça, a China anunciou 29 novos casos de covid-19, incluindo 27 dos chamados “importados”, ou seja, devido a pessoas que chegam do exterior e se encontram em quarentena em um hospital.