back to top
18.8 C
São Paulo
sexta-feira - 18 outubro 2024 - 03:41

Revista ‘The Economist’ critica Bolsonaro e vê ‘década sombria’

A revista britânica The Economist, uma das mais conceituadas publicações do mundo, traz nesta semana uma edição especial sobre o Brasil com uma série de críticas ao governo Jair Bolsonaro. Como em outras vezes que se referiu ao País, a revista traz na capa uma nova ilustração do Cristo Redentor, desta vez respirando com uma máscara de oxigênio.

No especial, que é capa da revista sob o título ‘A década sombria do Brasil’, a revista descreve o presidente brasileiro como um homem que quer “destruir as instituições, não reformá-las”, “esmagou todas as tentativas” de uma exploração sustentável da Amazônia e revelou serem “falsos” todos os votos favoráveis à renovação política.

Ao citar o apoio dos militares a seu governo, a revista diz que os generais que se aliaram a ele “esperavam fazer avançar a agenda do Exército” mas, “em vez disso, prejudicaram suas reputações” e afirma que, “sob Eduardo Pazuello, o Ministério da Saúde parecia uma ‘boca de fumo’ (escrito em português e traduzido) para hidroxicloroquina”.

O especial termina com uma reportagem intitulada “Hora de ir”, que afirma que o futuro do País depende do resultado de 2022. O texto destaca o apoio dos militares ao atual presidente, mas destaca o ônus aos generais em apoiar o presidente e os riscos de o presidente, e seus apoiadores cada vez mais armados, não aceitarem um resultado adverso nas urnas. Em março de 2016, a revista deu a foto da então presidente Dilma Rousseff na capa, também com o mesmo título, “Hora de ir”.

A reportagem aborda a dificuldade dos partidos de centro em encontrar um nome em comum para a disputa do pleito e, ao citar Lula, que lidera as pesquisas eleitorais, afirma que o ex-presidente “precisa mostrar como o manejo da pandemia custou vidas e formas de sustento, e como Bolsonaro governou para sua família e não para o Brasil”.

Para a Economist, “o ex-presidente deve oferecer soluções, não ‘saudades’ (escrita em português e traduzida como nostalgia)” dos anos em que governou o País.

Para a revista, “para voltar aos trilhos, o Brasil deve lidar com velhos problemas”, citando favorecimentos fiscais para a indústria e para funcionários públicos e leis tributárias e trabalhistas que distorcem ou desencorajam o investimento.

A reportagem foi a locais como Camaçari, na Bahia, para mostrar o “sonho adiado” das pessoas que ascenderam à classe C ao longo dos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva mas que, depois de uma série de problemas listados pela publicação (em especial as medidas econômicas adotadas no governo Dilma Rousseff), passaram a viver em um contexto de desemprego e queda de renda. O retrato é Vinícius Rabelo, um neto de plantadores de mandioca que trabalhou na fábrica (recém-fechada) da Ford na cidade e que, hoje, vive como motorista de Uber.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Compartilhar Artigo

BRL - Moeda brasileira
USD
5,4558
CNY
0,7773
spot_img

Popular

Artigos Relacionados
RELACIONADOS

Governo brasileiro dá 3 dias à Enel para resolver apagão em São Paulo

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, deu...

Estados do BRICS superam países do G7 em muitos indicadores, diz sociólogo

O BRICS supera os países do Grupo dos Sete...

Encontro de Cooperação Econômica e Comercial Brasil-Tianjin Realizado com Sucesso em São Paulo

No dia 16 de outubro, o Encontro de Cooperação...

UE se prepara para resposta comercial chinesa após decisão do bloco sobre tarifas aos VEs, diz mídia

Autoridades da União Europeia (UE) estão se preparando para...
Aceitar Notificação OK Não, Obrigado