E o Trump afinou

A forma como México e Canadá trataram o rompante trumpista deve servir de exemplo para outros países

(Foto: Wikimedia Commons)

Foi só a presidenta do México e o primeiro-ministro do Canadá baterem o pé com mais firmeza e responderem às bravatas do presidente norte-americano com medidas que impunham reciprocidade nos impostos sobre produtos estadunidenses para Trump recuar, e assumir o famoso “veja bem”. Isso, com a contribuição das reações duras da população canadense e do primeiro-ministro de Ontário – a maior província do país vizinho –, que suspendeu um contrato milionário com a Starlink, empresa de Elon Musk.

O presidente norte-americano, Donald Trump, é um grande fanfarrão. Isso é um fato. Mas é um fanfarrão com um grau elevado de loucura e irresponsabilidade. Seu futuro pessoal e o de sua família já estão mais do que garantidos por gerações. Então, foda-se o globo e quem o habita. Portanto, esse recuo, que demonstra fragilidade sem dúvidas, pode ser revertido a qualquer momento com medidas ainda mais duras. E o mundo precisa estar preparado para isso.

A forma como México e Canadá trataram o rompante trumpista deve servir de exemplo para outros países que, porventura, venham a ser vítimas de medidas protecionistas americanas. Porque parece que a livre concorrência e a meritocracia só valem quando a vantagem está do lado dos EUA.

É claro que cada país tem suas fortalezas e fragilidades. Os norte-americanos, por exemplo, representam 12% do nosso comércio exterior. E não se trata apenas de commodities – eles são o principal destino de bens industrializados e com tecnologia agregada na nossa pauta de exportações.

Isso talvez indique a necessidade de o Brasil buscar outros mercados para seus produtos, reduzindo a dependência dos EUA na nossa balança comercial. Precisamos prospectar para não sermos pegos com as calças na mão. Devemos pensar em uma substituição de mercados para exportação, criando alternativas caso a loucura de Trump mire no Brasil. E como esse não é um movimento com resultados imediatos, quanto antes começar – se é que já não começou –, melhor.

Mas esses episódios mostraram ao mundo que o presidente norte-americano não tem toda essa moral para bancar um enfrentamento econômico contra outras nações. Apesar de não se preocupar com os problemas internos de pobreza e desigualdade que se espalham pelo território americano, ele não pode se dar ao luxo de perder aliados ao provocar reduções nos lucros das corporações americanas.

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