Denúncias de operações ilegais envolvendo as Forças Armadas, Polícia Rodoviária Federal e Polícias Militares pipocam por todo o Brasil neste domingo (30/10), quando ocorre o segundo turno para as eleições presidenciais.
As operações concentradas no nordeste do país, reduto de eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disputa as eleições pelo Partido dos Trabalhadores (PT), são consideradas ilegais. Na noite de sábado, o Tribunal Superior Eleitoral atendeu um pedido do deputado paulista Paulo Teixeira (PT) que indicava a predileção da Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) pelo candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL).
O despacho desse último sábado (29/10) do ministro do STF que preside o TSE, Alexandre de Moras, proibiu a PRF de realizar operações neste domingo. No entanto, o diretor da instituição Silvinei Vasques, despachou uma série de operações na madrugada entre sábado e domingo.
Isso levou ao Partido dos Trabalhadores solicitar a prisão flagrante de Silvinei Vasques, que no sábado fez campanha por Bolsonaro em suas redes sociais. O pedido, no entanto, não foi atendido.

Alexandre de Moraes se reuniu com Silvinei Vasques no prédio do TSE, onde o diretor se comprometeu a encerrar “imediatamente” as operações em curso. No entanto, até o momento se tem notícia de 514 operações ilegais direcionadas contra veículos de transporte público.
Em coletiva convocada nesta tarde, Alexandre de Moraes se pronunciou sobre as operações informando que as operações foram feitas de forma normal de acordo com a Código de Trânsito Brasileiro e que nenhuma foi realizada de forma a “impedir o trânsito de eleitores”. Moraes também negou que haveria uma extensão do horário de votação.
São inúmeros os relatos de eleitores sendo abordados de maneira seletiva nessas blitz da PRF, FA e PMs. Alexandre de Moraes prometeu investigar caso a caso.
Em coluna d’O Globo, Lauro Jardim denuncia que essas operações foram traçadas no Palácio da Alvorada, e que a imparcialidade nunca teria sido uma preocupação:
“Os chefes dos órgãos que auxiliam a Justiça Eleitoral, como as Forças Armadas, PF e Polícia Rodoviária Federal, seriam instruídos para que os seus comandados ficassem atentos ao transporte irregular de eleitores, sobretudo no Nordeste.”
Ainda segundo um integrante da campanha, essa ordem não precisaria ser explícita, verificada a composição das forças auxiliares à Justiça Eleitoral, tidas como “basicamente composto de simpatizantes do presidente”.
Perguntado sobre os ataques seletivos contra apoiadores da campanha Lula nas operações da PRF, Alexandre de Moraes disse confiar na idoneidade da Polícia Rodoviária Federal. Para Moraes, essas alegações seriam “espalhafatosas”.