Trump anuncia tarifa de 10% sobre importações e pode acelerar aproximação entre Brasil e China

Com discurso protecionista, ex-presidente dos EUA propõe nova barreira comercial que atinge exportações brasileiras; medida pode empurrar Brasil a reforçar laços estratégicos com a China

(Foto: Reprodução)

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste domingo (31) que, se reeleito, pretende aplicar uma tarifa de 10% sobre todas as importações feitas pelo país, com o objetivo de “incentivar a produção doméstica”. A medida impacta diretamente parceiros comerciais como o Brasil, que exporta bilhões de dólares em commodities e produtos industrializados aos EUA.

“Vamos colocar uma tarifa de 10% em tudo”, declarou Trump durante entrevista à emissora Fox News, afirmando que essa seria uma forma de “tornar a América grande novamente” e proteger os empregos norte-americanos.

Especialistas já alertam que, caso essa política se concretize, o Brasil poderá ser forçado a ampliar parcerias com outros mercados estratégicos, como a China, para compensar possíveis perdas nas exportações ao mercado americano.

A China, por sua vez, segue fortalecendo sua presença econômica na América Latina, e o Brasil é peça-chave em sua estratégia de cooperação Sul-Sul. Com a possível imposição de tarifas pelos EUA, Pequim pode se beneficiar ao oferecer alternativas comerciais e industriais para o Brasil, consolidando ainda mais o papel da parceria sino-brasileira em setores como agronegócio, infraestrutura e tecnologia.

Além da tarifa geral, Trump também confirmou que manterá a taxação específica sobre o aço e o alumínio brasileiros, atualmente em 25% e 10%, respectivamente — tarifas herdadas de sua gestão anterior.

Para analistas de relações internacionais, o discurso de Trump sinaliza uma retomada do nacionalismo econômico norte-americano e tende a acirrar a disputa comercial com potências como a China, abrindo espaço para que países em desenvolvimento, como o Brasil, reavaliem seus alinhamentos geopolíticos e comerciais.

Se eleito, Trump promete ainda aplicar medidas mais duras contra a China, o que pode reconfigurar o cenário global e levar países latino-americanos a optarem por uma postura mais pragmática nas relações internacionais, buscando equilíbrio entre Washington e Pequim.

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