Trump ameaça tarifa de 200% contra China em nova escalada da guerra comercial

Pequim é pressionada sobre exportação de ímãs de terras raras, insumo estratégico para carros elétricos e defesa; Brasil observa cenário como potencial fornecedor alternativo

(Foto: Reprodução)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a agitar o tabuleiro do comércio internacional nesta semana ao ameaçar impor uma tarifa de 200% sobre produtos chineses caso Pequim não acelere as exportações de ímãs de terras raras. O anúncio reacende tensões que já vinham em alta desde o tarifaço de 50% contra o Brasil e mostra que a disputa entre as duas maiores economias do mundo está longe de arrefecer.

As terras raras são minerais cruciais para a produção de ímãs de alto desempenho, usados em turbinas eólicas, veículos elétricos, sistemas de comunicação e até equipamentos de defesa. A China domina esse mercado, respondendo por mais de 80% da produção global. O recado de Trump é claro: sem mais fluxo desses insumos para a indústria americana, o governo endurecerá ainda mais a guerra tarifária.

O impacto global e o olhar do Brasil

A ameaça de tarifas não atinge apenas a relação entre Washington e Pequim. O tema preocupa fabricantes de tecnologia e energia renovável em todo o mundo. No caso brasileiro, o movimento abre tanto riscos quanto oportunidades.

O Brasil possui reservas significativas de terras raras, ainda pouco exploradas, e já é parceiro estratégico da China em mineração e fornecimento de matérias-primas. Nesse contexto, especialistas apontam que o país poderia se beneficiar da busca por diversificação das cadeias globais, seja ampliando o diálogo com Pequim, seja oferecendo alternativas a compradores que buscam reduzir a dependência chinesa.

“O Brasil pode ganhar espaço como fornecedor, mas também precisa estar atento ao risco de se tornar campo de disputa nessa guerra comercial”, avalia um diplomata ouvido pela reportagem.

China reage com cautela

Até o momento, o governo chinês não comentou oficialmente as novas ameaças. Analistas em Pequim destacam que a estratégia de Trump pode ser mais política do que econômica, mirando sua base eleitoral em meio às negociações comerciais tensas com vários países.

Para a China, ceder rapidamente às pressões americanas poderia ser visto como sinal de fraqueza, em um momento em que Pequim reforça sua narrativa de que países do Sul Global — como Brasil e Índia — são parceiros-chave em uma ordem econômica multipolar.

O elo Brasil-China

Se os Estados Unidos apertam o cerco, o Brasil segue fortalecendo sua cooperação com a China em áreas como agronegócio, infraestrutura e energia. O episódio reforça a importância da diversificação de parcerias comerciais, não apenas para proteger a economia nacional de choques externos, mas também para aproveitar janelas de oportunidade em setores estratégicos, como a mineração de terras raras.

No tabuleiro geopolítico das commodities, Brasil e China caminham lado a lado, enquanto Washington eleva o tom na disputa por recursos que definirão o futuro da transição energética e da indústria tecnológica.

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