Taiwan nomeia novo chefe de inteligência de formação britânica para ter ‘ações precisas com China’

Em carta enviada ao Papa Francisco nesta semana, o governo da ilha disse que uma guerra com a China "não é uma opção". Ao mesmo tempo, está renovando formalmente seu novo gabinete visando ter tomadas de decisões precisas sobre Pequim e região.

Nesta quinta-feira (26), Taiwan nomeou o diplomata Tsai Ming-yen como novo chefe do Departamento de Segurança Nacional do país. Ming-yen tem formação britânica e a sua indicação faz parte de uma reforma mais ampla do governo da presidente Tsai Ing-wen, segundo a Reuters.

Ming-yen tem doutorado no Departamento de Estudos de Guerra do King’s College em Londres, e trabalhou anteriormente como consultor do Ministério da Defesa taiwanês e do Conselho de Assuntos do Continente para elaboração de políticas para a China.

O gabinete da presidente emitiu uma nota dizendo que o governo pretende contar com a experiência de Ming-yen em segurança regional, relações exteriores e estratégia internacional, com objetivo de auxiliar a equipe de segurança nacional na “interpretação e tomada de decisões precisas” para a situação com a China e na região.

O comunicado ainda firma que Tsai Ing-wen espera “continuar a promover as tarefas especializadas do sistema de inteligência e continuar a fortalecer a governança e a inovação das agências de inteligência na era da democratização” com a ajuda do diplomata.

Ontem (25), a presidente também indicou o ex-vice-presidente, Chen Chien-jen, como o novo primeiro-ministro de Taiwan, e na sexta-feira (27) ela realizará uma coletiva de imprensa para apresentar formalmente um novo gabinete, escreve a mídia.

Carta ao Papa Francisco: ‘Guerra não é opção’

A China tem aumentado a pressão militar e política para tentar fazer com que Taiwan aceite a soberania de Pequim. Em contrapartida, Taipé vem se aliando com países do Ocidente cada vez mais buscando apoio e negociações para que a economia da ilha se desenvolva.

Entretanto, na terça-feira (24), em uma carta da líder taiwanesa escrita para o Papa Francisco, Tsai Ing-wen disse que uma guerra com a China “não é uma opção” e que uma interação construtiva com Pequim, que reivindica a ilha como parte de seu território, depende do respeito à democracia autogovernada de Taiwan, segundo a CNBC News.

“O confronto armado não é absolutamente uma opção […]. Apenas respeitando o compromisso do povo taiwanês com nossa soberania, democracia e liberdade pode haver uma base para retomar a interação construtiva através do estreito de Taiwan”, disse a carta de Ing-wen, citada pela mídia.

A Cidade do Vaticano é o último governo europeu a ter relações diplomáticas com Taiwan em vez de Pequim, embora os Estados Unidos e outras nações ocidentais mantenham extensos laços informais. Contudo, os líderes taiwaneses estão preocupados com os esforços do Vaticano para desenvolver relações com a China, diz a mídia.