O governo do estado de São Paulo emitiu uma nota oficial nesta quinta-feira (16) para criticar o Ministério da Saúde a respeito de um documento que não recomenda a vacinação de crianças e adolescentes menores de 18 anos sem comorbidades. A decisão, segundo a gestão estadual, vai na contramão de autoridades sanitárias de outros países.
“A medida cria insegurança e causa apreensão em milhões de adolescentes e famílias que esperam ver os seus filhos imunizados, além de professores que convivem com eles”, escreve o governo paulista, que informou que continuará imunizando este público.
Segundo as informações da gestão estadual, 2,4 milhões de pessoas, ou 72% dessa faixa etária, já receberam a primeira dose.
Coibir a vacinação integral dos jovens de 12 a 17 anos, prossegue a nota, significaria um menosprezo ao impacto da pandemia na vida dos adolescentes, pontuando que 30% das pessoas dessa faixa etária que morreram pela covid-19 não possuíam comorbidades.
“Infelizmente, e mais uma vez, as diretrizes do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde chegaram com atraso e descompassadas com a realidade dos estados, que em sua maioria já estão com a vacinação em curso”, conclui a gestão estadual.
Prefeitura de SP não interromperá vacinação
A prefeitura de São Paulo também se posicionou acerca da nota do Ministério da Saúde e informou que não vai interromper a vacinação para adolescentes sem comorbidades na capital paulista, que receberão aplicações com a Pfizer.
Como 712.499 primeiras doses já foram aplicadas para esse grupo, o que representa 84,4% da cobertura vacinal do público de 12 a 17 anos sem comorbidades, a gestão municipal decidiu continuar com a aplicação até que seja concluída.
“A pasta esclarece que tomou ciência de nota emitida pelo Ministério da Saúde (MS) a respeito da restrição da imunização desse grupo populacional e, em virtude do estágio avançado no Programa Municipal de Imunizações (PMI), seguirá com as diretrizes publicadas no instrutivo número 35”, escreve a nota.