O governo Bolsonaro tem demonstrado preferência por um acordo com os americanos. Mas o PT, se voltar ao poder em 2022, tende a optar por uma parceria com os chineses, mesmo que isso signifique reverter decisões do atual governo. O atual governo quer realizar o leilão do 5G neste ano.
Para petistas, faz mais sentido geopolítico uma parceria com Pequim em relação à tecnologia 5G. Com Washington, o PT, num eventual novo governo, colocará mais foco na agenda ambiental em face da destruição implementada por Bolsonaro na área. O 5G criou uma espécie de nova Guerra Fria no século 21, dessa vez entre EUA e China.
Desde o governo Trump, a prioridade do embaixador dos EUA em Brasília, Todd Chapman, tem sido convencer a família Bolsonaro de que o Brasil deveria optar pelo 5G americano e impôr restrições à tecnologia chinesa.
Fogo alto
O presidente Jair Bolsonaro está colocando na conta do ministro Paulo Guedes (Economia) o desgaste pela longa discussão com o Congresso a respeito do Orçamento de 2021. Para Bolsonaro, a incapacidade política de Guedes aumentou o problema.
Só confusão
Bolsonaro tem dito a auxiliares que anda cansado das picuinhas entre Paulo Guedes e o colega Rogério Marinho, ministro do Desenvolvimento Regional. Outra queixa comum sobre Guedes que chega ao Palácio do Planalto é a dificuldade de auxiliares para marcar audiências com o próprio chefe. A máquina simplesmente não anda.
Rota de colisão
Preocupado com a reeleição, Bolsonaro tem dado cada vez mais atenção a criação de um plano de obras de infraestrutura, o que tem sido dinamitado por Guedes.
Briga tucana
No PSDB, o maior defensor do endurecimento do partido com o governo Bolsonaro não é mais o governador de São Paulo, João Doria. Tasso Jereissati (CE) quer que as bancadas tucanas na Câmara e no Senado façam oposição de verdade. Mas o presidente partido, Bruno Araújo (PE), opera contra a pressão do senador Tasso para que o PSDB se distancie do Palácio do Planalto.