Pressionado por manifestantes, governo peruano cede e torna pública venda de ingressos para Machu Picchu

Durante cinco dias de protestos contra privatização das entradas para sítio histórico, Ministério da Cultura havia afirmado que não daria 'um único passo para trás' na decisão

(Foto: Pedro Szekely/Flickr)

Após cinco dias de protestos na região da cidadela Inca de Machu Picchu, no Peru, contra a decisão do governo de privatizar a venda de ingressos ao parque, a ministra da Cultura, Leslie Urteaga, anunciou um acordo e pediu o fim das mobilizações.

Segundo a emissora Rádio Programas del Perù (RPP), a ministra peruana disse ter encontrado uma solução acordada em conjunto com o governador de Cusco e os prefeitos de Ollantaytambo, Urubamba e Machu Picchu.

A medida prevê que os ingressos para visitação sejam vendidos em uma plataforma administrada pelo governo regional e pela presidência do conselho de ministros.

Urteaga ainda especificou que o contrato com a empresa privada Joinnus será concluído, mas que posteriormente a gestão da venda de bilhetes será pública. 

O acordo vem após os líderes dos protestos anunciarem uma trégua de 24 horas na mobilização para estabelecer um diálogo com o governo peruano, a fim de encontrar uma solução para o conflito.

Nos últimos dias, as mobilizações bloquearam os trilhos da ferrovia que liga Machu Picchu a Ollantaytambo e a companhia Ferrocaril Transandino S.A precisou suspender a circulação dos trens. A polícia local reprimiu os manifestantes com cassetetes e gás lacrimogêneo. 

As manifestações paralisaram o turismo na região, de forma que no último fim de semana centenas de turistas retidos no sítio histórico puderam ser evacuados. 

Diante disso, nesta terça-feira (30/01), o Ministério das Relações Exteriores do Brasil orientou que brasileiros evitem ir a Machu Picchu, por causa da série de protestos e da greve no território peruano, lembrando que “está bloqueado o transporte ferroviário para a cidade de Aguas Calientes (também conhecida como Machu Picchu Pueblo), principal forma de acesso ao Santuário Histórico de Machu Picchu” e que “não há, no momento, previsão de restauração do serviço de transporte ferroviário”.

Além disso, pediu aos seus cidadãos que estão em Águas Calientes para evitarem deslocamentos desnecessários e entrar em contato com a Iperú, entidade do governo peruano que é responsável pela assistência ao turista e está coordenando a evacuação das pessoas do local.

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