Uma reportagem de Jamil Chade, do Uol, mostrou que o governo Lula conseguiu impor condições importantes para a conclusão do acordo UE-Mercosul, e que a Comissão Europeia, entidade superior do executivo europeu, acatou as imposições brasileiras para a realização do acordo.
O apoio de Ursula von der Leyen ao acordo facilitaria a aprovação do texto nos parlamentos e a subsequente confirmação do tratado comercial. Mas Emmanuel Macron, presidente francês, não gostou muito da ideia e tem trabalhado para brecar a negociação.
Como se tem noticiado amplamente, nas últimas semanas, agricultores holandeses, alemães e franceses têm ido para as ruas com seus tratores, exigindo a manutenção dos subsídios agrícolas e mais proteção econômica contra produtos do setor entrando a baixo custo na União Europeia.
O principal alvo dos agricultores são os grãos ucranianos, que quebraram o setor agrícola polonês, mas o Brasil pode se tornar um alvo.
Macron, que está vendo paris sendo cercada por tratoraços agrícolas, não quer desacatar ainda mais os agricultores franceses e implorou para von der Leyen reter o acordo e um protesto com mais de mil tratores vai para Bruxelas, sede da União Europeia, para se manifestar contra o acordo.
A relação de Lula e Macron, que era bem amistosa, passou a se tornar um pouco mais áspera desde dezembro por conta dos entraves criados pelo presidente francês com a negociação comercial, segundo o colunista.
O francês é um dos presidentes mais rejeitados da Europa e tenta de qualquer jeito tentar reverter a suas políticas anti-povo, e agora escolhe o acordo UE-Mercosul, criticado pela direita e esquerda protecionista francesa, para posar de defensor dos interesses nacionais.
O acordo ainda precisa ser aprovado no parlamento europeu e nos parlamentos locais para ser concluído, e, se a pressão francesa não fizer efeito, ele seguirá aprovado pela desespero de Macron.