O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, anunciou hoje, por volta das 15h, que a produção de três vacinas nacionais avançaram para a fase de “pré-teste”, como candidatas a imunizantes para o combate da covid-19. Ontem, o pedido de uma delas, desenvolvida pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, foi protocolado junto à Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), segundo informou Pontes.
“O ministério investiu em 15 protocolos, tecnologias diferentes de vacina aqui no Brasil. Nós temos cientistas de altíssimo gabarito aqui no país. A boa notícia é que três dessas vacinas avançaram para pré-teste, vamos chamar assim.Agora estão entrando para fase de testes com voluntários”, declarou Pontes a jornalistas, em Brasília.
Embora o ministro Pontes tenha destacado em sua entrevista que o protocolo fora enviado ontem à Anvisa, a agência divulgou hoje, às 15h47 em seu site, que recebeu o pedido para realização de estudo fase 1 e 2 da vacina Versamune®?-CoV-2FC. “Trata-se de uma vacina desenvolvida numa parceria da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, a empresa Farmacore e PDS Biotechnology, dos Estados Unidos”, comunicou a Anvisa.
A fabricação do imunizante foi coordenada pelo pesquisador Célio Lopes Silva. Ele é professor titular de Imunologia e Biotecnologia do Departamento de Bioquímica e Imunologia da faculdade. O especialista é graduado em Farmácia pela USP, mestre e doutor em Bioquímica pela USP e pós-doutor pelo National Institute for Medical Research, em Londres.
Segundo Pontes, os cientistas brasileiros vêm trabalhando na elaboração das vacinas desde fevereiro do ano passado. Apesar de ainda não definido, o nome do imunizante deve conter as letras BR, em alusão ao Brasil.
Para pedir a autorização para a aplicação em grande escala, uma vacina precisa cumprir três fases clínicas. Na primeira, a pesquisa avalia a segurança e possíveis reações indesejáveis da aplicação da vacina. Nessa etapa verifica-se de forma preliminar a capacidade de gerar anticorpos contra o novo coronavírus.
Na sequência, a segunda fase avalia a dosagem, a forma de vacinação com componentes mais adequados e a capacidade de gerar anticorpos (contra o novo coronavírus) em um grupo maior. Já a fase 3 é feita em grandes populações para avaliar a segurança e a eficácia da vacina.
Segundo o Butantan, a expectativa é que a fase 2 também comece em abril, com 1,8 mil voluntários. Na fase 3, até 9 mil pessoas irão participar.
Fonte:Uol