O Vaticano anunciou nesta segunda-feira (17) que o Papa Francisco, de 88 anos, internado desde a última sexta-feira (14) para tratar uma infecção respiratória, segue com um “quadro clínico complexo”. De acordo com o boletim divulgado pela Sala de Imprensa da Santa Sé, exames recentes confirmaram a presença de uma “infecção polimicrobiana nas vias respiratórias”, exigindo uma alteração no tratamento inicialmente prescrito.
Mudança no tratamento e cancelamento de compromissos
Os médicos responsáveis pelo acompanhamento do Papa optaram por um ajuste nos medicamentos, com o objetivo de combater a variedade de microrganismos identificados. Segundo a equipe médica, a resposta ao novo protocolo será monitorada de perto nos próximos dias.
Em razão dessa condição, o pontífice não participará de um evento relacionado ao Jubileu, programado para o próximo domingo (23). O Jubileu é uma celebração tradicional da Igreja Católica, marcada por momentos de oração, perdão e reflexões sobre a fé. O evento, que contará com fiéis de diversas partes do mundo, terá sua programação mantida, mas sem a presença do Papa.
Estado de espírito e rotina no hospital
Apesar das dificuldades respiratórias, o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, afirmou que o humor de Francisco permanece “bom”. O pontífice, que é conhecido por sua proximidade com os fiéis e sua personalidade afável, tem demonstrado serenidade diante da internação. “O Papa descansou bem e passou uma noite tranquila no Hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma. Durante a manhã, dedicou parte do tempo à leitura de jornais”, explicou Bruni.
A internação no hospital não é uma novidade para Francisco. Em 2021, o líder da Igreja Católica foi submetido a uma cirurgia no cólon, também no Gemelli, e permaneceu internado por dez dias. O hospital é conhecido como o “hospital dos papas” por ser referência no atendimento de pontífices ao longo das últimas décadas.
Problemas respiratórios recorrentes
Nos últimos meses, o Papa vinha apresentando sintomas respiratórios persistentes. Tosse frequente, cansaço e dificuldade em realizar algumas atividades públicas foram observados por fiéis e integrantes do clero. Segundo fontes próximas, Francisco resistia à ideia de ser hospitalizado, tentando seguir sua rotina com compromissos no Vaticano.
No entanto, com o agravamento dos sintomas e o diagnóstico de bronquite na sexta-feira (14), ele decidiu buscar atendimento especializado. Os médicos identificaram a infecção respiratória e orientaram a internação para evitar possíveis complicações.
Histórico de saúde e preocupação com o futuro
O Papa Francisco tem um histórico de problemas de saúde. Na juventude, o argentino Jorge Mario Bergoglio precisou retirar parte de um pulmão devido a uma infecção grave. Além disso, enfrenta dificuldades de mobilidade devido a problemas no joelho, o que o obriga a utilizar cadeira de rodas em diversos compromissos públicos.
A saúde do pontífice é acompanhada com atenção por católicos de todo o mundo, especialmente diante de sua intensa agenda internacional. Francisco tem previstas viagens para países como Indonésia e Bélgica ainda neste ano, mas a confirmação desses compromissos dependerá de sua recuperação nas próximas semanas.
Solidariedade e orações pelo Papa
Desde a internação, milhares de fiéis têm manifestado solidariedade e oferecido orações pela recuperação do Papa. Nas redes sociais, hashtags como #ForçaPapaFrancisco e #RezemosPeloPapa têm ganhado destaque, com mensagens de apoio vindas de diversos países.
Em Roma, algumas pessoas se reúnem na Praça São Pedro para rezar pelo pontífice. A Conferência Episcopal Italiana emitiu uma nota oficial pedindo que os fiéis mantenham o Papa em suas orações e destacando a importância de sua liderança espiritual para a Igreja Católica no mundo inteiro.
Apesar do quadro clínico delicado, a equipe médica e o Vaticano mantêm o otimismo quanto à recuperação de Francisco. Os próximos dias serão decisivos para avaliar a resposta ao tratamento e a possibilidade de alta hospitalar.