Moscou lança ‘operação especial’ no Donbass; Zenlensky rompe relações diplomáticas

Operação tem por objetivo defender as fronteiras das Repúblicas Populares do Donbass. Uma lista de cinco mil indivíduos acusados de crimes de guerra foi emitida pela Rússia.

Nesta quinta-feira (24), o presidente russo Vladmir Putin lançou uma ofensiva no Donbass, região a sudeste da Ucrânia, para garantir a segurança nas fronteiras das Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk. Em seu discurso, Putin disse que não há intenção de ocupar a Ucrânia, mas ‘se defenderá caso seja necessário‘.

A retaliação russa é uma resposta às constantes violações ucranianas do cessar-fogo, que em menos de quatro dias ultrapassaram as 400 reincidências.

Em poucas horas após o início da operação, o Ministério de Defesa da Rússia alegou ter deixado inoperável o sistema de defesa antiaérea da Ucrânia, bem como suas infraestruturas militares.

A Carcóvia foi ocupada e os combatentes da República Popular de Donetsk estão há 10km de Mariupol, onde nazistas do Batalhão Azov seguem ocupando.

A Rússia pediu que os soldados ucranianos entreguem as armas e emitiu uma lista de cinco mil indivíduos acusados de crimes de guerra que, caso presos, serão julgados em um tribunal militar. Isso inclui os oficiais ucranianos que estão entregando armas à população civil para usá-las de “escudos humanos”.

Sob o toque das sirenes acusando a suspeita de um bombardeio, cidadãos de Kiev estão realizando uma evacuação em massa em direção à Europa. Os países da OTAN, no entanto, ainda não anunciaram um plano para recebimento dessa população deslocada.

Até o momento, a reação ocidental foi da aplicação de novas sanções contra a Rússia, e Zenlensky declarou o rompimento das relações diplomáticas com a Rússia, bem como o fechamento da fronteira com Belarus. A Moldávia também declarou Estado de Emergência e fechou seu espaço aéreo.

Tensão na região já perdura por décadas

Como pano de fundo, Putin menciona o apoio recebido de grupos nazistas pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), como o Batalhão Azov (incorporado à Guarda Nacional ucraniana em novembro de 2014). Esses grupos, que ganham força desde o golpe de 2014 contra Víktor Yanukóvytch, vem realizando operações de perseguição e limpeza étnica contra falantes de outras línguas que não o ucraniano. Segundo Putin, desde 2014 a Rússia tem feito tudo para tentar resolver a situação de maneira pacífica, o que teria sido ‘tudo em vão’.

Nazistas do Batalhão Azov
O Batalhão Azov foi incorporado pela Guarda Nacional da Ucrânia no final de 2014 por sua participação no Golpe de Estado e ações memoráveis, como o Massacre da Casa dos Sindicatos de Odessa.

Além disso, sob pressão constante do governo Biden, a Ucrânia tem tentado trazer a OTAN para a fronteira russa. No decorrer das provocações, o presidente ucraniano, o comediante Zenlensky, chegou a ameaçar abandonar o status não nuclear do país sob o Memorando de Budapeste de 1994.

Para o Kremlin, a incorporação da Ucrânia à OTAN ultrapassa todos os limites aceitáveis. Nas últimas décadas, a Rússia vem tentando cobrar o acordo feito com os EUA de que não haveria expansão da OTAN à leste, mas a máquina de guerra ocidental liderada por Washington ignorou todas as preocupações apresentadas por Moscou.

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