Mercados globais reagem positivamente à decisão de Trump de recuar em tarifa de 100% contra a China

Declarações mais moderadas do presidente norte-americano aliviam tensões comerciais e impulsionam bolsas internacionais; no Brasil, investidores acompanham debate sobre a MP 1.303

(Foto: Reprodução / Gustavo Scatena / Divulgação B3)

Os mercados internacionais amanheceram em alta nesta sexta-feira (10) após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizar que não seguirá adiante com o plano de impor tarifas de 100% sobre produtos chineses, previsto em sua agenda de revisão comercial. A decisão reduziu o clima de tensão entre as duas maiores economias do mundo e trouxe alívio imediato aos investidores, que temiam um novo ciclo de guerra tarifária.

Em pronunciamento na noite anterior, Trump afirmou que pretende “negociar uma nova base de entendimento comercial” com Pequim, destacando que “não é o momento para uma escalada”. O tom mais conciliador foi suficiente para impulsionar os índices futuros de Wall Street e elevar o apetite por risco nos principais mercados asiáticos e europeus.

O índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 2,1%, enquanto o Shanghai Composite teve alta de 1,4%. Na Europa, o Stoxx 600 avançou cerca de 0,9% nas primeiras horas de negociação, puxado por papéis de tecnologia e commodities. Nos Estados Unidos, os contratos futuros do S&P 500 e do Nasdaq também registraram ganhos próximos de 1%.

Reflexos no Brasil

No mercado brasileiro, o cenário externo mais favorável trouxe movimento positivo à B3. O Ibovespa futuro abriu em alta, acompanhando o otimismo global. Investidores locais, no entanto, mantêm atenção redobrada à pauta doméstica, especialmente às discussões sobre a alternativa à Medida Provisória 1.303, que trata de mudanças nas regras de incentivos e compensações fiscais a empresas.

O dólar, por sua vez, iniciou o dia em leve queda, refletindo a valorização de moedas emergentes frente ao recuo do risco geopolítico. As ações de exportadoras e do setor de tecnologia lideraram os ganhos, impulsionadas pela expectativa de melhora no fluxo comercial entre China e EUA — um fator essencial para o equilíbrio da economia global.

Alívio temporário, incertezas persistem

Apesar da trégua momentânea, analistas alertam que o posicionamento de Trump ainda é volátil, e novas declarações podem reverter o otimismo recente. A relação sino-americana segue marcada por disputas tecnológicas e estratégicas, especialmente nas áreas de semicondutores, energia limpa e inteligência artificial.

Para o Brasil, a manutenção de relações comerciais estáveis entre China e EUA é vista como essencial, já que o país figura como grande fornecedor de commodities agrícolas e minerais para o mercado chinês — e, indiretamente, beneficiário da estabilidade global.

Com os mercados reagindo ao tom mais ameno de Washington, investidores respiram aliviados, mas seguem atentos: a guerra comercial pode ter esfriado, mas o jogo geopolítico continua em curso.

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