Nesta última segunda (27), o primeiro colocado nas pesquisas à presidência do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, realizou seu último grande evento fechado agendado para a cidade de São Paulo. O encontro levou dezenas de artistas e influenciadores digitais da cultura pop brasileira, além de intelectuais e ativistas de outros segmentos, ao Auditório Celso Furtado, no Centro de Convenções do Anhembi.
Com Thalma de Freitas e Muka como mestres de cerimônia, o evento recebeu Daniela Mercury, Gregório Duvivier, Maria Bopp, Casagrande, Paulo Miklo, Silvio Almeida e Pabllo Vittar. Outros artistas que não puderam estar presencialmente enviaram uma saudação por vídeo. Gilberto Gil, Emicida, Chico César, Djamilla, Caetano Veloso, Fernanda Abreu, Arnaldo Antunes, Emicida e Miguel Falabella.
No palco, Pabllo agradeceu Lula por ter se tornado quem é: “Senhor presidente, se o senhor estiver me ouvindo, saiba que eu amo muito o senhor e foi através de você que eu me tornei uma das maiores artistas do país”.
Pabllo Vittar já expressou seu apoio ao ex-presidente Lula em oportunidades anteriores, e é de conhecimento público sua origem humilde. De família assentada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Teto (MST), Pabllo reiterou a importância dos programas do governo Lula na sua vida:
“O Bolsa Família ajudou muito a minha família quando a gente mais precisou e eu nunca vou esquecer disso. Eu vou votar 13 como eu nunca votei antes, com a fé que eu tenho de renovar a história desse país e que a gente consiga viver anos melhores.”
A ex-presidente Dilma Rousseff, que teve seu governo interrompido pelo golpe de 2016, também foi ao evento. Quando sua presença foi anunciada pelos apresentadores, Dilma arrancou aplausos e cantos da plateia em uníssono, que se emocionou ao ser ovacionada:
Pouco antes de Lula subir ao palco, o Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (IPEC) anunciou o resultado da última pesquisa do instituto. Lula aparece com 48%, contra 31% do atual governo. Considerando apenas os votos válidos, o candidato ao seu terceiro mandato na Presidência da República aparece com 52%. Neste cenário, Lula estaria virtualmente eleito no primeiro turno ainda dentro da margem de erro, que varia dois pontos para mais ou para menos. A esse respeito, Lula disse que falta ‘um tiquinho’ para a reeleição.
Em sua fala, Lula relembrou algumas das conquistas dos governos do Partido dos Trabalhadores e falou sobre suas expectativas para um eventual próximo governo:
“Nós tiramos 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza. Criamos 22 milhões de empregos com direitos garantidos. Em vez de promessas de campanha, apresento compromissos. Tenho como avalista o extraordinário legado dos nossos governos.”
Lula falou de medidas que estimularão o consumo no Brasil, como retomar o aumento do salário mínimo acima da inflação, manutenção do Bolsa Família em R$600 com acrescimento de R$150 para cada criança de até 6 anos, e renegociação do endividamento familiar, que já ultrapassa os 70% das famílias brasileiras. Lula também prometeu retomar os investimentos em infraestrutura, gerando milhões de empregos com carteira assinada.
Considerando que o ex-presidente encontrará um “país devastado” para reconstruir, Lula afirmou que o desafio será imenso:
“O desafio é imenso. Mas tenho a experiência de quem já fez uma vez, e a consciência de quem pode e vai fazer ainda mais e melhor. E não estou sozinho, mas sim cercado das pessoas mais competentes e comprometidas com o Brasil e o povo brasileiro.”
Ao final de seu discurso, Lula disse que chega ao final da campanha “feliz como poucas vezes na vida”. Mais cedo, Lula homenageou o antigo líder cubano, Fidel Castro, dizendo que se fosse expressar toda sua gratidão “o venceria”:
“Eu certamente iria derrotar o Fidel Castro pela quantidade de horas que ele falava, não com a competência dele, mas com a minha rouquidão.” Em 26 de setembro de 1960, Fidel realizou o mais longo discurso da história da ONU, com quatro horas e 29 minutos de duração.