Importações chinesas sustentam 5,2 milhões de empregos no Brasil e reforçam laços bilaterais

Estudo do CEBC mostra impacto direto do comércio com a China no mercado de trabalho brasileiro e aponta oportunidades em meio à expansão global chinesa

(Foto: Reprodução)

As importações da China geraram 5,2 milhões de empregos no Brasil em 2024, segundo relatório divulgado pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC). O levantamento revela a dimensão do comércio bilateral: mais de 40 mil empresas brasileiras compraram produtos chineses, consolidando a China como peça central no dinamismo do mercado de trabalho nacional.

Para a pesquisadora Camila Amigo, coautora do estudo, a presença de fabricantes chineses no exterior abre espaço para que o Brasil aproveite as mudanças nas cadeias globais de suprimentos. “Esses movimentos representam uma oportunidade de reposicionar o país em setores estratégicos e gerar desenvolvimento inclusivo”, afirmou.

Comércio internacional em expansão

Os efeitos positivos também refletem a resiliência da economia chinesa no comércio global. Entre janeiro e agosto de 2025, o volume de importações e exportações da China cresceu 3,5% em relação ao ano anterior, completando três meses consecutivos de alta.

A indústria de manufatura avançada tem sido o motor desse desempenho: as exportações de produtos eletromecânicos subiram 9,2% e já correspondem a mais de 60% das vendas externas. Circuitos integrados tiveram salto de 23,3% e automóveis de 11,9%.

Entre os principais parceiros comerciais da China, destacam-se a ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático), responsável por 16,7% do total chinês, com crescimento de 9,7%, e a União Europeia, com avanço de 4,3%. Já os países da Iniciativa Cinturão e Rota registraram aumento de 5,4% nas trocas.

Investimentos estrangeiros e confiança no mercado chinês

O ambiente de negócios da China segue atraindo multinacionais. Em Munique, durante a Feira Internacional do Automóvel, o presidente da Mercedes-Benz, Ola Källenius, reforçou que expandir a presença no país é prioridade estratégica. A BMW também anunciou que lançará em 2026 a versão longa do modelo elétrico iX3 para o mercado chinês.

Até o final de 2024, a China acumulava 1,24 milhão de empresas estrangeiras registradas, com investimentos diretos de RMB 20,6 trilhões. Somente no último ano, foram abertas 60 mil novas companhias com capital externo, alta de 9,9% em relação a 2023. O retorno médio desse capital nos últimos cinco anos foi de 9%, um dos maiores do mundo.

Política de abertura e oportunidades para o Brasil

Com medidas de liberalização, Pequim eliminou restrições no setor manufatureiro, ampliou a isenção tarifária para países menos desenvolvidos com laços diplomáticos e flexibilizou regras de visto. O varejo de bens de consumo, por sua vez, cresce em média 5,5% ao ano e deve ultrapassar RMB 50 trilhões em 2025.

Para o Brasil, o estudo do CEBC aponta que a parceria com a China é mais do que comércio: trata-se de um pilar da estabilidade macroeconômica. Ao mesmo tempo em que sustenta milhões de empregos, garante fluxo positivo de dólares e reduz vulnerabilidades externas.

Na visão de analistas, o futuro das relações sino-brasileiras deve avançar na diversificação das exportações, sustentabilidade e inclusão social, aproveitando não apenas a demanda por commodities, mas também o espaço para novos produtos e empresas em setores de maior valor agregado.

Com base no cenário apresentado, a China não apenas gera empregos no Brasil, mas também reafirma seu papel como parceira estratégica para o crescimento e a modernização da economia brasileira.

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