Governo mantém percentual de biodiesel no diesel para conter alta nos preços dos alimentos

CNPE suspende aumento de 15% na mistura, previsto para março, e anuncia medidas para fiscalizar fraudes no setor

O governo federal decidiu, nesta terça-feira (18), manter o percentual de mistura de biodiesel no diesel em 14%, suspendendo temporariamente o aumento para 15% que estava previsto para entrar em vigor a partir de 1º de março. A medida, aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), tem como objetivo conter a alta nos preços dos alimentos, que segue impactando o orçamento das famílias brasileiras, destaca o Metrópoles.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, explicou que a decisão foi tomada com foco no barateamento dos alimentos, uma das prioridades do governo Lula. “O preço dos alimentos é a grande prioridade do nosso governo. Considerando a necessidade de buscarmos todos os mecanismos para que o preço seja mais barato na gôndola do supermercado, mantemos a mistura em B14 até que tenhamos resultados no preço dos alimentos da população, já que boa parte da produção do biodiesel vem da soja”, afirmou.

A inflação de 2024, que fechou o ano em 4,83%, foi puxada principalmente pelo aumento nos preços dos alimentos, com destaque para carnes (20,84%) e café moído (39,60%). O grupo Alimentação e Bebidas registrou alta de 7,69% no período. Para enfrentar o problema, o governo descartou o tabelamento de preços e estuda medidas como o fortalecimento do Plano Safra, com juros mais baixos para determinados produtos.

Combate a fraudes na mistura de biodiesel

Além de manter o percentual de biodiesel, o CNPE aprovou a criação de uma operação conjunta entre órgãos federais para fiscalizar e combater fraudes na mistura obrigatória de biodiesel ao diesel. Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), a iniciativa visa “aperfeiçoar os instrumentos regulatórios e de fiscalização para assegurar a concorrência justa quanto à oferta de preços”.

A decisão do governo ocorre em um momento de ajustes nos preços dos combustíveis. No fim de janeiro, a Petrobras anunciou um reajuste de mais de 6% no preço do diesel para as distribuidoras, elevando o valor médio por litro para R$ 3,72. A medida reflete a preocupação do governo em equilibrar os impactos econômicos e garantir o abastecimento sem pressionar ainda mais os custos para o consumidor final.

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