A montadora chinesa GAC, uma das maiores fabricantes de automóveis da China, anunciou um ambicioso plano de expansão para o Brasil, com investimentos de R$ 5,8 bilhões nos próximos cinco anos. O compromisso da empresa é estabelecer uma base sólida de pesquisa e desenvolvimento (P&D) no país. Segundo informações divulgadas pela GAC, o investimento inicial de R$ 120 milhões será destinado ao desenvolvimento de motores híbridos-flex, em parceria com instituições de ensino superior de renome, como a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O presidente da GAC Internacional, Wei Haigang, destacou a importância do Brasil para a estratégia global da companhia: “Nossa entrada no mercado brasileiro ocorre em um momento particularmente significativo, coincidindo com o 50º aniversário das relações diplomáticas entre Brasil e China. Temos orgulho de fazer parte deste novo capítulo na história de nossas nações e estamos entusiasmados com o futuro que construiremos juntos”. Já o CEO da GAC Brasil, Alex Zhou, reforçou o compromisso da empresa com o país: “O Brasil é prioridade para a GAC”.
A GAC planeja ser a primeira montadora chinesa a estabelecer uma linha de produção completa no Brasil, abrangendo carros à combustão, híbridos e elétricos, além de um centro de P&D dedicado. Os memorandos de entendimento assinados com UFSC, UFSM e Unicamp visam fomentar projetos de ensino, pesquisa e extensão, com apoio técnico e financeiro da empresa. As parcerias também incluem programas de estágio e capacitação para estudantes e profissionais brasileiros e chineses.
As universidades atuarão em projetos relacionados a veículos, motores, autopeças, componentes e materiais, com foco na produção local de motores flex e híbridos-flex. O objetivo é atender aos rigorosos padrões de eficiência energética e sustentabilidade ambiental do mercado brasileiro. A duração inicial dos acordos de cooperação é de cinco anos, com possibilidade de renovação.
O Centro de P&D da GAC na China, considerado o mais abrangente do país, conta com um investimento de mais de 30 bilhões de yuans (aproximadamente R$ 25 bilhões) e uma equipe de mais de 5.000 especialistas de 15 países e regiões. A montadora também tem parcerias estratégicas com gigantes da indústria automotiva, como Toyota e Honda.
Recentemente, a GAC firmou uma parceria com a Huawei para criar uma nova marca de veículos de energia inteligente de alta qualidade, consolidando-se como líder em tecnologias de mobilidade inteligente. “Nossas parcerias com as instituições brasileiras fortalecerão nossa rede internacional de P&D, que inclui mais de 32 países no Ocidente”, afirmou Wei Haigang.
Comprometida com a mobilidade verde, a GAC busca desenvolver tecnologias que contribuam para a redução das emissões de gases poluentes e promovam a sustentabilidade ambiental. Os planos incluem investimentos em biocombustíveis, combustíveis de baixo carbono e sistemas de produção eficientes, visando a neutralidade de carbono.
“Estamos na vanguarda global do desenvolvimento de tecnologias que impulsionam a transição energética, alinhadas às exigências globais”, disse Alex Zhou. “Nosso compromisso é com a inovação responsável e com o desenvolvimento de soluções que beneficiem tanto o Brasil quanto o mundo”.
O investimento da GAC no Brasil representa um marco importante para a indústria automotiva nacional, com potencial para impulsionar a inovação, a geração de empregos qualificados e o fortalecimento da cooperação tecnológica entre Brasil e China.
Os grandes números da GAC no mundo e no Brasil
- Investimento global em P&D: R$ 25 bilhões
- Número de especialistas em P&D: 5.000 especialistas
- Países com presença em P&D: 32 países
- Produção anual de veículos (2023): 2,52 milhões de veículos
- Investimento no Brasil (próximos 5 anos): R$ 5,8 bilhões
- Investimento em P&D no Brasil: R$ 120 milhões
- Universidades parceiras no Brasil: UFSC, UFSM, Unicamp
- Linhas de produção no Brasil: Combustão, híbridos, elétricos
- Investimento total no Brasil: R$ 5,8 bilhões
- Duração dos acordos de cooperação: 5 anos (renovável)
- Início da produção no Brasil: 2025