Fórum da Cadeia de Abastecimento reúne ministros de estado para debater desafios ESG

Organizado pela Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), o 1º Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento acontece no dia 17 de junho, com foco em soluções de impacto social, ambiental e de governança

Em busca de uma agenda moderna e sustentável, a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) reúne ministros, lideranças da cadeia de abastecimento e do mercado de capitais para discutir com especialistas em meio ambiente e governança no 1º Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento, que ocorrerá no próximo dia 17. O objetivo do evento é reunir as principais autoridades e líderes empresariais para debater soluções de impacto econômico, social, ambiental e de governança. Por isso a abordagem ESG (Environmental Social and Governance) foi escolhida como tema central.

O encontro virtual está organizado em seis painéis que abordam os seguintes temas: a ‘A dimensão e a importância da cadeia de abastecimento nacional’, ‘A origem, significado e importância do ESG’, ‘Impacto socioambiental’, ‘Governança corporativa no contexto ESG’, ‘Cases de sucesso da cadeia de abastecimento’ e ‘Posicionamento institucional da cadeia de abastecimento para ESG’.

Segundo o presidente da ABRAS, João Galassi, o evento terá um formato inovador e será mais do que apenas um simples congresso expositivo. “O fórum será sucedido por duas reuniões de trabalho, nas quais soluções e propostas apresentadas serão estruturadas em um relatório. Esse documento será instrumento para formação de coalizões integrais, parciais ou individuais entre todos setores participantes, para geração concreta de impacto econômico, social e ambiental.” O fórum tem o apoio da KPMG, do Programa Mundial de Alimentos do Centro de Excelência Contra a Fome Brasil (WFP) e do Pacto Global da ONU no Brasil.

Galassi ressalta que o fórum contará com a presença de todos os presidentes das mais importantes entidades de classe empresariais da cadeia nacional de abastecimento, para facilitar o cumprimento das metas do fórum. “Além de identificar os principais desafios da cadeia de abastecimento, vamos discutir o posicionamento institucional para ESG e sugerir temáticas de auto-regulação. A articulação dessa agenda positiva certamente avançará a partir desse fórum”, explica o presidente da ABRAS.

Primeiro Painel: – A dimensão e importância da Cadeia Nacional de Abastecimento

Teresa Cristina – Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil

Grandes desafios:
“Temos que achar soluções para o desperdício ao longo da cadeia’
“Rastreabilidade, sanidade, desperdício de alimentos”

“Há muito tempo a gente precisava trabalhar o mapa da fome de maneira mais objetiva, nós sentarmos num grupo colocar uma meta de x dias pra gente trazer uma solução e voltar a falar.”

Paulo Guedes – Ministro da Economia do Brasil

“Reforço o ponto do impacto social e econômico que é a agricultura familiar. A nossa responsabilidade econômica e social é como plugar e trazer todo esse enorme contingente de brasileiros de baixa renda e inclui-los na cadeia produtiva. Os aspectos de sanidade e rastreabilidade do lado da produção também são decisivos. A rastreabilidade é que vai garantir checar a sanidade e preservação do universo verde que queremos para o futuro do mundo”
“Um dos temas é a desoneração de mao de obra. Temmos que criar condições pra vcs abrirem mais pontos de atendimento. Outra ponta é vcs se transformarem mais e mais em polivalentes. Vender vegetais, legumes frutas mas também medicamentos e etc, abastecendo as necessidades diárias do consumidor. Remédios de fácil atendimento pra facilitar a vida do consumidor”.
“… governo precisa apoiar tanto o abastecimento, como também a compra pela pequena agricultura familiar.
E, para isso, é preciso ter mão de obra barata. O Brasil tem uma arma de destruição em massa de empregos, que são os encargos sociais e trabalhistas, nós precisamos atacar isso”,
Ele também classificou o governo como uma “equipe muito unida”, que trabalha para tentar manter a cadeia produtiva funcionando…. –

João Roma – Ministro da Cidadania

“A economia e área social são faces da mesma moeda. Temos conseguido avanços. Vamos apresentar fortalecimento dos programas sociais do governo. Temos um dilema que vai exigir atenção de todos nós e abras é protagonista no debate. Logística é fundamental. Estamos protagonizando avanços no quesito segurança alimentar. É olhando para avançar enquanto sociedade essa parceria – com ABRAS – já é vitoriosa desde o inicia.”

Augusto Pestana – Presidente da Apex Brasil

“No Japão é a ideia do ‘não desperdício’, um país que sempre teve problema com recursos naturais, e sempre trouxe na primeira infância do não desperdício. SOu um entusiasta do Brasil, e é muito gratificante ver no mundo todo que conseguimos conquistar algumas gôndolas, mas no Japão é comum que frutas e vegetais, vocÊ tem a foto do produtor rural. Você mostra o produtor, a família do produtor, são ideias que poderíamos adotar no Brasil.”

Daniel Balaban – Diretor do Programa Mundial de Alimentos do Centro de Excelência Contra a Fome Brasil (WFP)

“Não conseguiremos atingir apenas um ODS sem trabalhar os outros em conformidade, de forma transversal. E é isso que eu gostaria de falar com todo setor privado. Não adianta criarmos dentro das nossas empresas uma área social com orçamento pequeno e dizer ‘se virem e tente trabalhar nossa marca’. ESG tem que estar em todos os setores e todos os momentos da empresa, até que o consumidro quando oulhar o produto, diga, essa empresa me representa. Hoje tem se falado muito de ESG e empresas criando áreas para trabalhar isso, quando temos que trabalhar a mudança de percepção e a mudança de ideias. Estamos agora a trabalhar um mundo pós-pandemia, ele não é mais o mesmo mundo que tinhamos em 2019, estamos cada vez mais interdependentes entre os países, temos que trabalhar com fator no qual nós possamos ajudar os países menos desenvolvidos e trabalhar em conjunto com os países mais desenvolvidos, é a única forma de termos um mundo mais justo, um mundo melhor.
“Muito difícil explicar que temos pessoas em insegurança alimentar aqui no país. O pequeno agricultor familiar é a solução, não é o problema.”

Rodolfo Narden Sirol, pres. do Conselho da Rede Brasil do Pacto Global

“Cada uma das grandes empresas envolve quatro, cinco mil fornecedores. Os objetivos do desenvolvimento sustentável permeiam os principais passivos. Saneamento, cadeia…..rastreabilidade de toda a cadeia de fornecimento. O mercado financeiro. despertou pro ESG. Temos que estar no world class. A prática que talvez gere custo no longo prazo agrega valor a cadeia. As linhas de crédito pra isso estão surgindo, capital internacional, visão protagonista que a abras vai liderar. Conseguir movimentar a capilaridade que a abras consegue ter, faz com que o brasil mude de patamar. A gente precisa demonstrar a liderança de nergia renovável, conservação de biomas, preservação da água e etc…protege o valor que a gente já tem e gera valor adicional. Nosso consumidor hoje tá muito mais conectado, reconhecedor das empresas que aderem ao desenvolvimento sustentável e pratica de ESG. A gente precisa evoluir e a tomada de decisão de cada associado da abras precisa levar em consideração esses temas”.

Segundo Painel: – A origem, significado e importância do ESG

Sonia Consiglio Favaretto – SDG Pionner pelo Pacto Global da ONU
Desafios principais e propostas


“Tem dois desafios que é conhecimento e liderança. A gente precisa entender do que estamos falando. Uma agenda nova do ponto de vista de entrar no negócio, de se ver o valor dela concreto. Tem que ter formação, conhecimento compartilhado. Primeiro desafio é conhecimento. Investir em informação. Segundo desafio é a liderança. A liderança dá o tom. O tom vem do topo. Se temos presidentes das associações e conselhos, dando essa direção e sendo atores, a gente vai mais rápidoi e perde menos tempo. A pandemia é um divisor nessa linha. A gente não tem que reinventar a roda. Hubs de informação são muito úteis e fóruns de liderança. A síntese temática já coloca os principais desafios: economia circular, a relação com todos os stakeholder e mudança do clima”

Gilson Finkelsztain – CEO B3

“O ESG surge em meados dos anos 2000 quando as instituições financerias se encontram para trazer o mercado financeiro para o tema. Assunto tem que estar no dia a dia dos investimentos, todas as decisões estratégias dos investimentos vão passar pelos temas que estão englobados pelo ESG. Um tema que vai para o conselho de administração, acionistas discutem. Exigem transparência nas atitudes, nas ações. Essa relevância só vai crescer. Fala sobre serviço de qualidade, satisfação de cliente, sustentabilidade dos negócios, produtos de qualidade. Um grande ciclo virtuoso que o ESG traz. Cada vez mais a gente percebe que as companhias estão incutindo isso no dia a dia e isso se traduz em melhor performance, em mais satisfação dos clientes e dos funcionários.”

Desafios:
“Tema de governança é um objetivo, olhar a capacidade de aderência a boas prátias de fornecedores porque isso de alguma forma permeia e incentiva a cadeia como um todo. Ter esse olhar para a sociedade e incluir aspectos como respeito, diversidade, cliente no centro.

Nelmara Arbex – Líder de SG da KPMG

“A conexão com a sustentabilidade ela vem porque a gente entendeu que o modelo de desenvolimvento que a gente está adotando tem limites, traz progresso, mas traz outras coisas. Precisamos que todos os agentes da sociedade se engagem. Os problemas aumentam, as empresas são vistas como grandes centros de recursos, recursos financeiros, know how, relacionamento. Isso tudo queremos conectar com os problemas reais da sociedade. “

Desafios:
“Eu escolhi alguns tópicos para a liderança. Os temas para liderança, a lição de casa para entender como o negócio vai se relacionar com o contexto que temos pela frente. Primeiro, mudança climática. Não vai adiantar olhar só pra sua caixinha. Os países têm mapas de impacto de mudanças climática na agricultura e cadeia de abastecimtno. Entender esse impacto é muito importante e ter um plano, pensar que isso está conectado com reflorestamento, tudo que for possível combinar com atividades da indústria de abastecimento que começa no campo e chega na cidade.

Temos um setor que pode ajudar na regeneração de ecossistema repensando sua forma de ser negócio.

Por último é muito importante que os líderes da cadeia de abastecimento pensem no combate da pobreza, da insegurança alimentar.

Amaury Oliva – Diretor de Sustentabilidade, Cidadania Financeira, Relações com o Consumidor e Autorregulação da Febraban

“Essa agenda ESG não é um modismo, pelo contrário, ela veio pra ficar porque trata de uma demanda da sociedade. Ela trata de compromissos éticos, de direitos humanos, de meio ambiente, compromissos que dialogam com a sociedade, com o consumidor, com o mercado. Hoje temos uma transiação geracional, um consumidor mais engajado, mais exigente, tanto no momento que ele compra como no momento que investe. Tem também um víés financeiros, as empresas que valorizam as pessoas são mais sustentáveis economicamente. E vivemos um momento de urgência dessa agenda, pacto climático, vivendo a estiagem de represas. Tem também o impacto da pandemia, e nos deixou em posição bastante vulnerável.
“Há uma grande oportunidade de mercado, claro que o setor bancário sempre olha a agenda ESG no monitoramento e risco, mas também um mundo de oportunidade. Desde 2015, temos na Febraban o fluxo de crédito dos bancos. No Brasil hoje, 21% de todos os recursos do banco já são destinados para setores da economia verde. Um volume que tem evoluído e crescido. O crédito tem papel fundamental nessa agenda, principalmente para alavancar o desenvolvimento sustentável. Quando a gente pensa em agenda ESG não é só governança e ambiental, é importante a agenda social, que dialoga com demandas muito importantes da sociedade -d esde a proteção aos consumidores, igualdade de gênero, igualdade racial.”

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