O mês de agosto de 2025 marcou o primeiro efeito concreto das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. As exportações para o mercado norte-americano recuaram 18,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, puxadas por setores como aço, alumínio e químicos, que perderam espaço imediato diante da sobretaxa.
Em contrapartida, outros destinos ampliaram sua participação na pauta exportadora brasileira. A China, já consolidada como principal parceiro comercial do Brasil, registrou crescimento de 29,9% nas compras em agosto, absorvendo parte do que deixou de ser enviado aos Estados Unidos. O México também aumentou suas importações, reforçando a tendência de diversificação geográfica no comércio exterior brasileiro.
Mesmo com a queda nas vendas aos EUA, a balança comercial brasileira fechou agosto com superávit expressivo, impulsionado principalmente pelo desempenho das exportações para a China. Esse saldo positivo ajudou a compensar as perdas no mercado norte-americano e reforçou a resiliência do comércio exterior do país em meio às tensões comerciais.
No consolidado da balança, o impacto das tarifas reduziu a fatia norte-americana nas exportações do Brasil, ao mesmo tempo em que reforçou o papel da Ásia e de mercados latino-americanos como alternativas estratégicas. O movimento mostra que, apesar da retração em um dos principais destinos, há espaço para recomposição em países que seguem com demanda em alta.
Especialistas avaliam que esse redesenho pode acelerar mudanças na estratégia comercial brasileira, aproximando ainda mais o país da China e estimulando acordos regionais que favoreçam o México e outros parceiros do entorno. O primeiro mês do “tarifaço” revelou perdas imediatas, mas também abriu caminhos para um reposicionamento do Brasil em cadeias globais de suprimento.