A China registrou um desempenho surpreendente em seu comércio exterior no mês de abril, desafiando as pressões das tarifas impostas pelos Estados Unidos e reafirmando sua resiliência econômica. De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (9) pela Administração Geral de Alfândegas (GAC), as exportações chinesas cresceram 8,1% em relação ao mesmo período de 2024 — superando amplamente a expectativa de alta de 1,9%.
Como resultado, o superávit comercial do país chegou a US$ 96,2 bilhões no mês, um aumento expressivo de 33,6% em comparação com abril do ano passado. As importações, por sua vez, caíram 0,2%, mas a queda foi significativamente menor que os 4,3% registrados em março, sinalizando uma desaceleração mais suave.
Um ponto de atenção no relatório foi a queda nas exportações para os Estados Unidos, que recuaram 21% em relação ao ano anterior. Embora expressiva, a retração ficou abaixo das expectativas do mercado, considerando o contexto de tarifas que chegam a até 145% sobre produtos chineses — especialmente em setores como tecnologia e energia.
Diante desse cenário, a China tem redirecionado suas exportações para novos mercados, ampliando laços comerciais com países da Ásia, da África e da América Latina. Em abril, as vendas para os países da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático) cresceram 20,8%; para a África, 25,3%; e para a América Latina, 17,3%. As exportações para a União Europeia também apresentaram crescimento, com alta de 8,3%.
Os números reforçam a estratégia chinesa de diversificação de mercados diante das tensões com os EUA e demonstram o papel central que o país continua desempenhando no comércio global, mesmo em um ambiente de desafios geopolíticos.