EUA afirmam que Brasil “precisa de conserto” em meio a novas tarifas de Trump

Declarações do secretário de Comércio ampliam tensões e refletem disputa por abertura de mercados

(Foto: Reprodução)

O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, declarou que o Brasil “precisa de conserto” para não prejudicar os interesses norte-americanos. A afirmação foi feita em entrevista à emissora NewsNation, exibida neste sábado (27), e reforça o tom de pressão do governo Donald Trump sobre parceiros comerciais.

Segundo Lutnick, países como Suíça, Índia e Brasil estão entre os que “têm um problema” e devem mudar sua postura em relação a Washington. “Temos um monte de países para consertar, como Suíça e Brasil. Eles precisam abrir seus mercados, parar de tomar ações que prejudiquem os Estados Unidos”, afirmou o secretário.

O comentário ocorre em meio à nova rodada de tarifas anunciada por Trump, que entram em vigor em 1º de outubro. As sobretaxas, que variam entre 25% e 100%, atingem produtos como medicamentos, caminhões pesados, móveis e itens para cozinha e banheiro. Embora a lista inclua países como Alemanha, Reino Unido, China, Japão e México, o Brasil já havia sido alvo em agosto, quando os EUA impuseram tarifas de 50% sobre parte de suas exportações.

Durante a entrevista, Lutnick exemplificou o déficit comercial norte-americano com a Suíça — cerca de US$ 40 bilhões — para justificar as medidas. “Estes países precisam entender que, se querem vender para os consumidores americanos, é preciso jogar bola com o presidente dos Estados Unidos”, disse.

Para o Brasil, o impacto das tarifas soma-se ao desafio de manter acesso ao mercado norte-americano em meio a um ambiente de protecionismo crescente. Ao mesmo tempo, a pressão pode acelerar a busca por diversificação de parcerias comerciais, em especial com a China, principal destino das exportações brasileiras.

A escalada tarifária de Trump deve ser acompanhada de perto pelo setor produtivo brasileiro, já que a imposição de barreiras afeta diretamente a competitividade das exportações e amplia a incerteza no comércio internacional.

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