Em último voo do ano, China lança satélite de observação de recursos

Fechando um 2021 bastante produtivo para o seu programa espacial, a China lançou no último domingo (26) um satélite Ziyuan-1 de observação de recursos naturais da Terra. Ao todo, a nação asiática já realizou mais de 50 voos ao espaço, entre tripulações à sua estação espacial, lançamento de satélites e até um rover para Marte.

A linha Ziyuan (“Recurso”, em mandarim) é usada pela China como satélite de observação para capturar imagens em alta resolução da superfície, o que ajuda entidades governamentais a monitorarem uso e disponibilidade de recursos naturais, gerenciar desastres climáticos e promover o monitoramento ecológico.

O último modelo – Ziyuan-1 02E – deixou o centro de lançamento localizado em Taiyuan à 0h11 (horário de Brasília), encapsulado dentro de um foguete Chang Zheng 4C e acompanhado de um satélite de rádio CubeSat.

Ao todo, foram nove lançamentos da linha Ziyuan – seis dos quais foram conduzidos em parceria com o Brasil, por meio do programa CBERS (sigla para “Satélites de Recursos da Terra China-Brasil”, na tradução literal). Outros três Ziyuan (chamados Ziyuan-3) já foram lançados ao longo dos últimos 20 anos, mas estes não são considerados parte da linha principal e possuem atribuições militares.

O seu companheiro foi apelidado Xiwang-3, ou simplesmente “XW-3”, e consiste de seis pequenos CubeSats acoplados entre si, lhe conferindo um tamanho de 30x20x10 centímetros (cm) e massa de pouco mais de 10 quilogramas (kg).

Já o foguete, que também é conhecido no exterior pelo nome ocidental “Long March”, foi levemente customizado e adaptado para o lançamento de satélites, com um primeiro estágio de carenagem mais alongada para armazenar a carga com mais conforto.

No entanto, ele usou um combustível pouco utilizado por agências espaciais: a combinação de dimetil-hidrazina assimétrica e tetróxido de dinitrogênio é altamente tóxica, requer manipulação especializada e é bastante nociva ao meio ambiente. Sua principal vantagem, porém, é a sua capacidade de permanecer armazenada por mais tempo, permitindo que foguetes com esse combustível permaneçam em estado de prontidão de lançamento por períodos alongados.

Com esse lançamento, a China chega à marca de 53 lançamentos – entre satélites de observação, missões tripuladas à sua estação espacial e até um rover de exploração de Marte. O recorde supera em muito os anos de 2018 e 2019, quando o país chegou à marca de 39 lançamentos.

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