Democracia: Jornalista chileno assassinado na Ucrânia, Assange sob ameaça no Reino Unido e Letônia promove caça às bruxas

Ao mesmo tempo que perduram acusações de 'ditaduras' contra países fora do eixo democrático-liberal europeu e estadunidense, o respeito ao jornalismo e direito à livre expressão se tornam excepcionalidades nos regimes 'democráticos'.

Foi confirmada a morte do jornalista chileno Gonzalo Lira nesta última quarta (20). O jornalista, que residia em Carcóvia, na Ucrânia, era um crítico do governo ucraniano e foi assassinado pela polícia política de Kiev.

Gonzalo estava desaparecido desde o dia 15 de abril. Segundo informações do analista militar estadunidense, Scott Ritter, Gonzalo teria sido sequestrado, torturado e então assassinado pela ‘Unidade Kraken’ do SBU (Serviço de Segurança da Ucrânia), uma divisão de um dos batalhões nazistas das forças armadas ucranianas — o Batalhão Azov.

Gonzalo Lira, jornalista chileno desaparecido desde o último dia 15. Lira foi sequestrado, torturado e assassinado por tropas nazistas da Ucrânia.

A perseguição à jornalistas é algo recorrente na Ucrânia pós-golpe de 2014, mas com a entrada da Rússia no conflito no final fevereiro, essa pauta sumiu das agendas dos jornais ocidentais. Mídias russas, censuradas no ocidente, tem denunciado um aumento dos assassinatos contra jornalistas por parte dos ‘ucronazis’.

No dia seguinte, nesta quinta (21), o parlamento da Letônia aprovou uma medida que permite o governo retirar a cidadania de qualquer cidadão que apoie a ação da Rússia na Ucrânia. Tais medidas russofóbicas também se tornado comum nos países ocupados pela OTAN e a União Europeia, envolvendo penas de décadas para ‘crimes de opinião’, onde pessoas são presas por expressar uma opinião divergente da linha oficial.

O padrão duplo nas democracias ocidentais encontram sua maior contradição no caso do fundador do Wikileaks, Julian Assange.

Preso desde 2019, quando foi entregue pela embaixada do Equador em Londres, Assange agora está no seu momento mais crítico. A justiça do Reino Unido emitiu ordem de extradição de Assange para os EUA nesta mesma semana, também na quarta-feira.

Prisão de Julian Assange ocorrida em 2019 colocou os regimes ‘democráticos’ do Ocidente em cheque

Kristinn Hrafnsson, editora-chefe do Wikileaks, disse que ao emitir ordem de extradição, ‘o tribunal de Westminster assinou a sentença de morte de Assange’. A decisão final, no entanto, depende do governo do Reino Unido.

Sobre essa discussão a respeito da liberdade de expressão no ‘mundo democrático’, a chancelaria chinesa denunciou no Twitter a extradição de Assange, afirmando que a “extradição de Assange para os EUA desnudou a natureza hipócrita da ‘liberdade de expressão e de imprensa’ dos EUA melhor do que as revelações do WikiLeaks”.

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