Conheça o plano da China para orientar o uso da inteligência artificial

Créditos: MFA - Chanceler da China, Wang Yi, apresenta plano para o país para a inteligência artificial

A China defende o desenvolvimento da inteligência artificial (IA) para o bem da população e evita o uso indevido e o abuso dessa tecnologia. Na Organização das Nações Unidas (ONU), o país apresentou o Plano de Ação de Fortalecimento de Capacidades em IA para o Bem e para Todos.

A proposta foi apresentada nesta quarta-feira (25) pelo principal diplomata chinês, o chanceler Wang Yi, que também é integrante do Bureau Político do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh), durante Reunião de Alto Nível sobre Cooperação Internacional para o Fortalecimento de Capacidades em Inteligência Artificial, realizada em conjunto pela China e Zâmbia na sede da ONU em Nova York (EUA).

O objetivo do encontro foi o de implementar a resolução da Assembleia Geral da ONU sobre o fortalecimento da cooperação internacional em IA, reduzir a divisão digital e de inteligência, e ajudar o Sul Global a se beneficiar de forma igualitária no processo de desenvolvimento dessa tecnologia.

“No processo de desenvolvimento da IA, os países devem ajudar-se mutuamente e trabalhar juntos, assegurando que todos tenham direitos iguais, oportunidades iguais e regras iguais, sem deixar nenhum país para trás”, afirmou Wang.

O chanceler comentou que a China acredita que a promoção da governança global da IA deve seguir alguns princípios:

  • Manter um equilíbrio abrangente, pois a governança da IA envolve valores éticos, governança de segurança, normas e padrões, construção de capacidades e mecanismos institucionais, devendo ser promovida de maneira equilibrada e sistemática para construir um quadro global de governança da IA.
     
  • Manter a equidade e a inclusão, criando um ambiente de desenvolvimento aberto, inclusivo, acessível e não discriminatório, para que os benefícios da IA cheguem a todos os países. A IA não pode se tornar uma ferramenta para manter a hegemonia ou buscar vantagens.
     
  • Insistir no multilateralismo, estabelecendo um mecanismo de governança da IA com participação universal de todos os países no âmbito das Nações Unidas, garantindo participação e benefícios iguais.

Wang Yi ressaltou que, no processo de desenvolvimento da IA, os países devem ajudar-se mutuamente e trabalhar juntos, assegurando que todos tenham direitos iguais, oportunidades iguais e regras iguais, sem deixar nenhum país para trás.

“Estamos prontos para trabalhar com a comunidade internacional para implementar o Plano de Ação, garantir que todos os países possam se beneficiar dos dividendos da IA e, juntos, abrir caminho para um futuro mais brilhante e inteligente”, disse Wang.

O que diz o plano da China para IA

O Plano de Ação apresentado pela China quer reduzir a divisão em IA e promover a implementação da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável, explicou o porta-voz da diplomacia chinesa Lin Jian durante coletiva regular de imprensa nesta quinta-feira (26).

Lin listou as cinco áreas de cooperação que foram propostas para atender às expectativas de todas as partes, em especial do Sul Global: infraestrutura de IA, empoderamento industrial, treinamento de pessoal, desenvolvimento de dados e governança de segurança.

O porta-voz acrescentou que a proposta chinesa lista 10 ações que a China tomará, incluindo a promoção da conectividade em IA e infraestrutura digital, a realização de cooperação em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e na aplicação de modelos e recursos linguísticos, a melhor sinergia das estratégias de IA e o fortalecimento de intercâmbios políticos, além de compartilhar ativamente práticas técnicas.

“Desde o início deste ano, a China promoveu a adoção da resolução intitulada ‘Fortalecimento da Cooperação Internacional para o Fortalecimento de Capacidades em Inteligência Artificial’ na Assembleia Geral da ONU, realizou a Conferência Mundial de IA de 2024 e a Reunião de Alto Nível sobre Governança Global de IA, além do primeiro Seminário sobre Fortalecimento de Capacidades em Inteligência Artificial”, observou Lin.

A China realizará 10 sessões de seminários sobre IA até o final de 2025, com prioridade para os países em desenvolvimento. O país  também propôs a criação do Grupo de Amigos da Cooperação Internacional em Fortalecimento de Capacidades em IA, como um esforço para concretizar o Plano de Ação.

Iniciativa de Governança Global para a Inteligência Artificial

O presidente da China, Xi Jinping, apresentou em outubro de 2023 a “Iniciativa de Governança Global para a Inteligência Artificial“, propondo soluções para o uso dessa tecnologia.

  1. Equilíbrio abrangente: A governança da IA deve englobar valores éticos, segurança, normas, construção de capacidades e mecanismos institucionais. É importante que essa abordagem seja sistemática e equilibrada, criando uma estrutura global para a governança da IA.
     
  2. Equidade e Inclusão: A IA deve promover um ambiente de desenvolvimento aberto, inclusivo, acessível e não discriminatório. O objetivo é que todos os países se beneficiem dos avanços da IA, evitando que ela se torne uma ferramenta de hegemonia ou vantagem injusta.
     
  3. Multilateralismo: A governança da IA deve ser estabelecida sob o marco das Nações Unidas, com a participação igualitária de todos os países. A ideia é garantir que todas as nações participem e se beneficiem igualmente das novas tecnologias de IA.
     
  4. Cooperação Global: Os países devem trabalhar juntos e se apoiar mutuamente no desenvolvimento da IA, garantindo direitos, oportunidades e regras iguais, sem deixar nenhum país para trás no processo de transformação digital.

Esses princípios buscam promover uma abordagem colaborativa e inclusiva para a governança global da IA, com foco no desenvolvimento equilibrado e justo para todas as nações.

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