Confiança cultural impulsiona novas conexões e fortalece o diálogo entre civilizações

Confiança cultural impulsiona novas conexões e fortalece o diálogo entre civilizações

Foto: Yasmin Yan

O crescente interesse dos chineses por seus museus vem se transformando em um fenômeno que ultrapassa fronteiras. O chamado “boom dos museus” na China não apenas movimenta milhões de visitantes no país, como também desperta uma atenção crescente no cenário internacional. Durante uma visita ao Museu de Luzhou, no sudoeste da China, o grupo internacional do programa 2025 Overseas Chinese Media Luzhou Tour pôde observar como a valorização do patrimônio histórico tem se consolidado como símbolo da confiança cultural chinesa.

O Museu de Luzhou, um museu nacional de primeira categoria que abriga mais de 15 mil peças em acervo, recebeu os visitantes estrangeiros em um dia de grande fluxo. Estudantes, famílias e turistas lotavam as salas de exposição, reforçando um fenômeno que se tornou comum ao redor do país: feriados em que “conseguir um ingresso para museu” se torna um verdadeiro desafio. Apenas no feriado prolongado de Dia Nacional e Festival do Meio Outono de 2025, os museus chineses receberam quase 86,3 milhões de visitantes — um recorde que evidencia a força desse movimento cultural.

Foto: Yasmin Yan

Para o editor-chefe do U.S.–China Report, Xuan Zhiwen, que registrava cada peça com entusiasmo, os museus são “janelas privilegiadas para compreender a história e também pontes essenciais para o diálogo entre civilizações”. Segundo ele, o aumento do interesse do público chinês vem acompanhado de uma ampliação significativa da curiosidade internacional pela cultura do país, contribuindo para aproximar diferentes sociedades e ampliar o entendimento mútuo.

A vice-diretora do jornal venezuelano El Peruano Chino, Zheng Haiyan, compartilha da mesma visão. Ela afirma que a experiência no Museu de Luzhou evidencia “o salto qualitativo dos museus chineses”, tanto na forma de apresentar os acervos quanto na gestão, preservação e interação com o público. Para Zheng, o museu representa “um retrato da evolução cultural que está acontecendo em todas as regiões da China”.

Foto: Zhang Lang/China News Service.

Um aspecto que chama a atenção é o uso crescente de tecnologias como realidade virtual, realidade aumentada e sistemas de inteligência artificial, que tornam as exposições mais imersivas e conectadas com o público jovem. Para Zheng, esse avanço reflete não apenas modernização, mas também a demanda por experiências culturais mais ricas, resultado direto das melhorias sociais e econômicas vividas no país.

Do Brasil, a vice-presidente da Agência Brasil–China, Yan Jia, destacou que a popularização dos museus chineses está despertando curiosidade internacional e se tornando tendência cultural global. Ela observou ainda que muitos turistas estrangeiros já incluem museus chineses em seus roteiros de viagem, buscando conhecer o país por meio de suas narrativas históricas. Além disso, exposições internacionais organizadas por instituições chinesas vêm ganhando destaque no exterior — como a mostra “A Luz do Sol: Diálogo entre as Civilizações Shu Antiga e Inca”, realizada no Peru, que atraiu grande público.

Foto: Zhang Lang/China News Service.

Yan Jia acredita que a digitalização é uma oportunidade para ampliar o alcance internacional dos acervos. Exposições virtuais, por exemplo, podem levar obras chinesas a públicos estrangeiros sem que as peças precisem cruzar fronteiras. Ela afirma que temas específicos — como os jarros, esculturas e elementos históricos relacionados à tradicional cultura do vinho em Luzhou — poderiam compor mostras internacionais capazes de atrair grande interesse.

O encontro entre museus em transformação e representantes da mídia internacional evidencia um movimento maior: o de uma China que busca compartilhar sua herança cultural com o mundo de forma mais acessível, moderna e dialogada. Uma China que transforma seu passado em narrativa viva e que, ao fazer isso, fortalece novas pontes de entendimento entre civilizações.

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