Medido pelo Poder de Paridade de Compra (PPP), os dados mais recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram que o Produto Interno Bruto (PIB) da China já é 23% maior do que o dos Estados Unidos.
Usando a mesma métrica de PPP, o Banco Mundial faz a economia chinesa 18,8% maior do que a dos Estados Unidos. E até mesmo a CIA, a agência de inteligência estadunidense, considera que o diferencial a favor da China é de 16%.
A World Economics, plataforma especializada no desenvolvimento de séries de dados econômicos que se tornaram parte do DNA do mundo financeiro, propõe como o pensamento do dia desta quinta-feira (7) uma análise sobre qual é, afinal, a maior economia do mundo, Estados Unidos ou China?
A plataforma estima que, atualmente, a economia chinesa é aproximadamente 38% maior do que a dos Estados Unidos. Relembra que a revista The Economist, por exemplo, claramente acredita que a economia estadunidense ainda é a rainha da selva.
A revista semanal britânica, na edição de 13 de maio de 2023, trouxe a capa “Peak China?” em que afirma: “O meteórico crescimento da economia chinesa está terminando”. E nota mais tarde que “Mesmo que a economia da China se torne a maior do mundo, sua liderança provavelmente permanecerá pequena”.
A World Economics cita também um artigo da edição de março/abril da revista Foreign Affairs para desconstruir a alegação recorrente de que a economia chinesa provavelmente vai desacelerar.
Sob o título China’s Hidden Tech Revolution, How Beijing Threatens US Dominance (A Revolução Tecnológica Oculta da China, Como Pequim Ameaça a Dominância dos EUA, em tradução livre), o texto da revista estadunidense enfatiza o progresso extraordinário feito na China:
A maior conquista tecnológica do país nas últimas duas décadas tem sido o desenvolvimento de uma força de trabalho qualificada vasta e altamente experiente, que pode ser adaptada conforme necessário para as indústrias mais intensivas em tecnologia.
A World Economics aposta que será bastante possível, com suposições relativamente modestas, que a economia chinesa seja mais de 40% maior do que a dos Estados Unidos até 2030.
Afinal, como observou Elon Musk, ‘existem muitas pessoas inteligentes e trabalhadoras [na China]’. E provavelmente mais de quatro vezes mais delas do que na América.
Quem também aponta que a economia chinesa já é maior do que a dos EUA é o comentarista econômico Chris Giles, do britânico Financial Times, um dos principais jornais econômicos do mundo.
Em artigo publicado nesta quarta-feira (6) ele afirma que a economia da China superou a dos EUA por volta do tempo em que Donald Trump estava “fazendo a América ser grande novamente”.
Sob o título Sorry America, China has a bigger economy than you (Desculpe, América, a economia da China é maior do que a sua, em tradução livre) Giles calcula que a economia chinesa agora, é 22% maior do que a estadunidense.
O analista britânico comenta que os números fazem sentido ao observar evidências como a geração de eletricidade da China, que superou a dos EUA em 2010.
Ele pontua ainda que durante o período de 2016-2022, quando se supunha que a economia chinesa não estava fazendo progressos em comparação com os EUA, sua geração cresceu 45%, enquanto era amplamente estável nos EUA.
Giles pondera que é confortável tanto para os EUA quanto para a China não reconhecer a mudança de poder econômico global.
Vindo do Reino Unido, que perdeu seu status de maior economia no final do século 19, mas ainda tem algumas ilusões de grandeza, eu posso entender o negacionismo estadunidense. Para a China, também é mais fácil evitar responsabilidades por mudanças climáticas, alívio da dívida e outros bens globais se ainda puder manter seu status de pequeno.