China reduz drasticamente compras de soja dos EUA e amplia importações do Brasil

Gigante asiático reforça parceria com o agronegócio brasileiro em meio à pior crise comercial com Washington desde 2018

(Foto: Reprodução / Ricardo Stuckert / PR)

A China praticamente suspendeu as importações de soja dos Estados Unidos e vem direcionando suas compras para o Brasil, consolidando o país como principal fornecedor do grão ao maior mercado consumidor do mundo. Dados recentes apontam que as aquisições chinesas de soja norte-americana atingiram o menor nível em sete anos, enquanto os embarques brasileiros seguem em alta recorde.

Segundo fontes do mercado agrícola citadas pela imprensa internacional, o governo chinês orientou tradings estatais, como a Cofco, a priorizarem fornecedores alternativos, especialmente o Brasil, em resposta à deterioração das relações comerciais com Washington. A medida coincide com a escalada das disputas tarifárias e restrições impostas pelos EUA a produtos e empresas chinesas.

O movimento ampliou significativamente a participação brasileira no mercado chinês. O Brasil já responde por cerca de 75% das importações totais de soja da China, segundo estimativas do setor, e tende a fortalecer ainda mais sua posição nos próximos meses, impulsionado por uma safra abundante e custos logísticos competitivos.

Enquanto isso, agricultores norte-americanos relatam forte queda na demanda e acumulam estoques nos portos do Golfo do México. Analistas apontam que a mudança de rota chinesa representa um duro golpe para o agronegócio dos EUA, que enfrenta margens cada vez menores e incertezas sobre o futuro das exportações agrícolas.

Para o Brasil, a reconfiguração do comércio global de soja reforça o papel estratégico do país como fornecedor seguro e estável de alimentos para a China. O estreitamento dessa parceria não apenas sustenta o superávit da balança comercial brasileira, mas também consolida a influência do agronegócio nacional em uma das cadeias mais importantes do comércio mundial.

A tendência, segundo especialistas, é de que o fluxo bilateral se mantenha aquecido enquanto persistirem as tensões comerciais entre Pequim e Washington, abrindo espaço para novos investimentos chineses em logística portuária e processamento de grãos em território brasileiro.

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