A decisão de Pequim foi tomada após várias semanas de consideração e constitui um golpe na esperança alemã de que a escala na China pudesse ajudar a desanuviar algumas tensões regionais ligadas ao comércio marítimo.
“Após um período de reflexão, a China decidiu que não quer visita da fragata alemã ‘Bayern’ no porto e nós tomamos nota disso”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, Maria Adebahr, em conferência de imprensa realizada em Berlim.
O ‘Bayern’, um navio militar de 139 metros de comprimento com mais de 200 soldados a bordo, deixou o porto alemão de Wilhelmshaven a 02 de agosto para a sua primeira missão de seis meses desde há 20 anos na bacia Indo-Pacífico.
A viagem vai também levar a embarcação a Singapura, Japão, Coreia do Sul e Austrália.
A fragata atravessará ainda o mar da China meridional, uma rota fundamental para o comércio marítimo mundial e um espaço rico em recursos naturais, que Pequim reivindica na sua quase totalidade.
Vários vizinhos, como as Filipinas, Malásia, Brunei e Vietname, apoiados por Washington, contestam a validade dessa reivindicação.
A missão alemã deveria contribuir para a estabilidade na região e o respeito pelo direito internacional, disse a ministra da Defesa, Annegret Kramp-Karrenbauer, antes da partida do navio, em agosto.
“A segurança no Indo-Pacífico é também a nossa segurança”, declarou, classificando a missão como “um grande passo e um passo positivo”.
Pouco antes, o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, tinha dito em Singapura que as recentes reivindicações de Pequim no mar da China meridional não tinham “fundamento no direito internacional”.
A Alemanha mostra-se geralmente relutante em envolver-se militarmente em questões a nível global, e tem frequentemente defendido uma relação menos conflituosa com a China, com a qual tem importantes laços económicos e industriais.