China e América Latina e Caribe (ALC) reforçam seus laços estratégicos com a realização da quarta reunião ministerial do Fórum China-CELAC, marcada para 13 de maio em Pequim. O encontro celebra os 10 anos da criação da plataforma, considerada uma das mais importantes iniciativas de cooperação multilateral do Sul Global. O presidente chinês Xi Jinping participará da cerimônia de abertura, apresentando novas propostas para estreitar ainda mais a parceria.
De acordo com Qiu Xiaoqi, representante especial do governo chinês para assuntos latino-americanos, o fórum evoluiu para uma rede abrangente de diálogo político, cooperação econômica, investimentos e intercâmbios culturais. O volume de comércio bilateral alcançou a marca recorde de US$ 518,4 bilhões em 2024, mais do que dobrando em comparação com os números de 10 anos atrás. A China já é o segundo maior parceiro comercial da América Latina e o principal parceiro de mercados como Brasil, Chile, Peru e Uruguai.
Mais de 20 países da região aderiram à Iniciativa do Cinturão e Rota, com 10 deles assinando planos de cooperação específicos com a China. Cinco países — Chile, Peru, Costa Rica, Equador e Nicarágua — fecharam acordos bilaterais de livre comércio com o país asiático.
No campo da infraestrutura, a China implementou mais de 200 projetos na América Latina e no Caribe, gerando mais de 1 milhão de empregos. O compromisso também se refletiu na área educacional: o governo chinês concedeu cerca de 17 mil bolsas de estudo e 13 mil oportunidades de treinamento a estudantes e profissionais latino-americanos. Além disso, 68 Institutos Confúcio ou Salas de Aula Confúcio foram abertos em 26 países da região.
Desde 2015, o Fórum China-CELAC já realizou três reuniões ministeriais e mais de 100 eventos temáticos em 31 áreas, como o Fórum de Partidos Políticos, a Cúpula Empresarial China-ALC e o Fórum de Cooperação em Infraestrutura.
Qiu Xiaoqi destacou ainda que a parceria sino-latino-americana avançou em cinco áreas principais: elevação das relações bilaterais (com a restauração ou estabelecimento de laços diplomáticos entre China e países como Panamá, República Dominicana, El Salvador, Nicarágua e Honduras); ampliação do comércio e dos investimentos; fortalecimento das relações culturais e interpessoais; atuação conjunta em fóruns multilaterais como a ONU e a APEC; e consolidação do Fórum China-CELAC como principal plataforma de coordenação política e cooperação econômica.
A expectativa é que o encontro em Pequim inaugure uma nova fase da parceria, com foco em inovação científica, inteligência artificial, conectividade, facilitação de comércio, colaboração em capacidade industrial, parcerias aeroespaciais e intercâmbio em governança. “A China e a América Latina são regiões dinâmicas e estratégicas do Sul Global. Sua solidariedade não apenas cria um vasto mercado transpacífico, mas também oferece uma resposta conjunta ao unilateralismo e ao protecionismo, contribuindo para a paz e o desenvolvimento global”, concluiu Qiu.