A China acusou os Estados Unidos de ameaçar a estabilidade das cadeias globais de produção e fornecimento após a publicação de uma nova regra de controle de exportações pelo Departamento de Comércio norte-americano. A medida amplia as restrições a subsidiárias de empresas já incluídas na “lista de entidades” de Washington, sempre que a participação societária ultrapassar 50%.
Em comunicado, o Ministério do Comércio chinês afirmou que a decisão norte-americana “impacta de forma severa a ordem do comércio internacional” e representa “mais um exemplo da generalização do conceito de segurança nacional e do uso abusivo dos controles de exportação”. Pequim classificou a regra como de “natureza extremamente nociva” e disse que ela fere os direitos e interesses legítimos das companhias atingidas.
As sanções se inserem em um cenário de crescente disputa tecnológica e comercial entre as duas maiores economias do mundo, com impactos que reverberam em setores como semicondutores, telecomunicações e equipamentos industriais.
Para o Brasil, que tem na China e nos Estados Unidos seus dois principais parceiros comerciais, o embate eleva o grau de incerteza nas cadeias globais. Restrições dessa natureza podem afetar diretamente a disponibilidade e os preços de insumos estratégicos para a indústria nacional, além de pressionar exportadores a se adequar a regras mais rígidas em negociações internacionais.
A repercussão da medida deverá ser acompanhada em fóruns multilaterais de comércio e tecnologia, onde países emergentes como o Brasil buscam preservar a estabilidade das cadeias globais diante do aumento das tensões entre Washington e Pequim.