Cessar-fogo entra em vigor e Israel inicia retirada parcial de tropas da Faixa de Gaza

Acordo mediado por Egito, Catar e ONU prevê pausa nas hostilidades e abertura de corredores humanitários após quase dois anos de conflito

(Foto: Reprodução / Getty Images)

Entrou em vigor, nesta sexta-feira (10), o acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, marcando a primeira trégua significativa após quase dois anos de confrontos na Faixa de Gaza. O pacto, mediado pelo Egito, Catar e a Organização das Nações Unidas (ONU), prevê a retirada parcial das forças israelenses, a suspensão temporária de ataques e a criação de corredores humanitários para o envio de ajuda à população civil.

O Exército israelense confirmou que começou a reposicionar tropas para áreas próximas à fronteira, mantendo, contudo, “presença estratégica” em pontos considerados sensíveis. A medida ocorre após semanas de intensas negociações diplomáticas e pressão internacional por uma solução que alivie a grave crise humanitária no território palestino.

De acordo com as autoridades locais, o cessar-fogo permitirá a entrada de combustível, alimentos e medicamentos em Gaza, onde mais de 2 milhões de pessoas enfrentam escassez de recursos e infraestrutura colapsada. A ONU estima que mais de 40% dos hospitais do enclave estão fora de operação e que milhares de civis continuam deslocados.

O governo israelense informou que o acordo não representa o fim do conflito, mas uma “pausa estratégica” para reorganizar forças e avaliar avanços nas negociações sobre a libertação de reféns. Já o Hamas declarou que a trégua é “um passo inicial” para o fim das hostilidades e reafirmou exigências por garantias de reconstrução e retirada completa das tropas israelenses.

O cessar-fogo foi recebido com cauteloso otimismo pela comunidade internacional. O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que a trégua deve ser usada “como oportunidade para restaurar o diálogo político e evitar um novo ciclo de violência”. Os Estados Unidos e a União Europeia também expressaram apoio à medida, pedindo moderação e compromisso de ambas as partes.

Desde o início da ofensiva, em 2023, o conflito deixou mais de 35 mil mortos, em sua maioria civis palestinos, segundo dados de agências humanitárias. A expectativa agora é de que a trégua abra caminho para um acordo de paz mais duradouro, capaz de estabilizar uma das regiões mais tensas do planeta e reduzir o sofrimento da população de Gaza.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui