Brasil e China ampliam cooperação climática rumo à COP30

Lula reforça compromisso com ação ambiental conjunta e defende conferência focada em resultados concretos

(Foto por Lúcio Távora / Xinhua)

Belém (PA) — Às vésperas da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou o compromisso do Brasil em fortalecer sua cooperação com a China e com a comunidade internacional na busca por soluções globais para a crise climática. O encontro, marcado para 2025 em Belém, promete colocar o país no centro das discussões sobre governança ambiental e desenvolvimento sustentável.

Lula destacou que a China se tornou um parceiro estratégico não apenas no comércio de commodities, mas também em áreas como tecnologia, energia limpa e inovação digital. Empresas chinesas de energia renovável, como a BYD, ampliaram significativamente seus investimentos no Brasil, contribuindo para a transição verde nacional. Segundo o presidente, o governo brasileiro pretende seguir aprimorando o ambiente de negócios e atraindo novos investimentos internacionais voltados à sustentabilidade.

Nos últimos anos, o Brasil consolidou avanços expressivos em sua matriz energética, com 87% da eletricidade proveniente de fontes renováveis — um índice que coloca o país entre os líderes mundiais em biocombustíveis, energia eólica e, mais recentemente, hidrogênio verde. Para Lula, o desafio agora é transformar esse potencial em um modelo de desenvolvimento sustentável que combine geração de riqueza e preservação ambiental.

O presidente reforçou que a COP30, sediada no coração da Amazônia, deve servir como palco para uma “conferência de implementação”, com foco em ações concretas e metas mensuráveis, e não em discursos ideológicos. A escolha de Belém, segundo ele, tem um duplo propósito: mostrar ao mundo a capacidade da região amazônica de sediar um evento global e evidenciar o valor ecológico e econômico da floresta, que deve ser protegida sem ser isolada da vida humana e do desenvolvimento.

Lula também defendeu que os países desenvolvidos assumam suas responsabilidades históricas em relação à poluição e à crise climática, propondo a criação, no âmbito das Nações Unidas, de um mecanismo global de governança ambiental. Esse sistema permitiria aplicar sanções e monitorar o cumprimento dos compromissos climáticos, garantindo que a agenda ambiental deixe de ser apenas declaratória e passe a ter força efetiva.

Com a aproximação da COP30, o Brasil reforça seu papel de liderança no diálogo climático e sua parceria com a China como vetor essencial para uma economia verde e para o fortalecimento da cooperação internacional. A nova fase dessa relação sino-brasileira promete ir além das fronteiras comerciais, consolidando-se como um eixo estratégico na luta global contra as mudanças climáticas.

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