Nesta quarta-feira (1º), a China concordou em trabalhar com os Estados Unidos, a União Europeia e outros países para gerenciar coletivamente o risco da inteligência artificial (IA) em uma cúpula britânica com o objetivo de traçar um caminho seguro para o futuro em rápida evolução de tecnologia.
Mais 25 países presentes, incluindo o Brasil, assinaram a “Declaração de Bletchley” dizendo que os Estados precisavam trabalhar juntos e estabelecer uma abordagem comum em matéria de supervisão, segundo a Reuters.
A declaração estabeleceu uma agenda dupla centrada na identificação de riscos de preocupação compartilhada e na construção de uma compreensão científica dos mesmos, ao mesmo tempo que desenvolve políticas transnacionais para os mitigar, relata a mídia.
Pela primeira vez, esforços ocidentais para gerir o desenvolvimento seguro de IA fez com que um vice-ministro chinês se reunisse com líderes dos EUA e da UE e aos chefes tecnológicos, como Elon Musk e Sam Altman, do ChatGPT, em Bletchley Park, no Reino Unido.
O vice-ministro da Ciência e Tecnologia da China, Wu Zhaohui, disse que Pequim estava pronta para aumentar a colaboração na segurança da IA para ajudar a construir uma “estrutura de governação” internacional.
“Os países, independentemente do seu tamanho e escala, têm direitos iguais para desenvolver e utilizar a IA”, afirmou Wu citado pela mídia.
Os temores sobre o impacto que a IA poderia ter nas economias e na sociedade dispararam em novembro do ano passado, quando a OpenAI, apoiada pela Microsoft disponibilizou o ChatGPT ao público.
Os governos e as autoridades estão agora tentando traçar um caminho para ser seguido ao lado das empresas de IA que temem ser prejudicadas pela regulamentação antes que a tecnologia atinja o seu pleno potencial.
“Não sei quais são necessariamente as regras justas, mas é preciso começar com insights antes de supervisionar”, disse o bilionário Elon Musk a repórteres, acrescentando que um “árbitro terceirizado” poderia ser usado para soar o alarme quando os riscos se desenvolvem.
A China é um participante-chave na cimeira, dado o papel do país no desenvolvimento da IA. No entanto, alguns legisladores britânicos questionaram se Pequim deveria estar ali, dado o baixo nível de confiança entre China, Washington e muitos países europeus no que diz respeito ao envolvimento chinês na tecnologia.
Os Estados Unidos fizeram questão de sublinhar na véspera da cimeira que o apelo à China veio em grande parte do Reino Unido, com a sua embaixadora em Londres, Jane Hartley, a dizer à Reuters que “este é o convite do Reino Unido, estes não são os EUA”.
A cimeira de dois dias sobre segurança da IA recebeu e receberá amanhã (2) funcionários governamentais e empresas de todo o mundo, poucos dias depois de o presidente dos EUA, Joe Biden, ter assinado uma ordem executiva sobre IA. Seu governo aproveitou a cimeira britânica para anunciar que lançaria um Instituto de Segurança de IA dos EUA.